09 OUTROS PERIFÉRICOS

Parte 9: Outros periféricos. Escolhendo a melhor configuração

Já estudamos o funcionamento de todos os componentes básicos de um PC: processador, placa mãe, discos rígidos, memórias, placas de vídeo e monitores. Finalizando a parte teórica deste curso, vou agora falar um pouco sobre gravação de CDs, DVDs, Placas de som, modem, acesso rápido, e, para concluir algumas dicas de upgrade.


Cd e Gravação de CD

Além dos CDs prensados, existem também os CDs graváveis, que são vendidos como discos virgens e podem ser gravados uma única vez num gravador de CD-ROM, que ao invés de “prensar” o CD, grava os dados através de um feixe laser mais forte, que queima alguns pontos da camada de gravação do CD, substituindo os sulcos. Existem também os CDs regraváveis que, assim como um disquete, podem ser gravados e regravados várias vezes em um CD-RW.
O que muda de um CD gravável para um regravável é apenas a camada de gravação. Num CD virgem comum, a camada de gravação é composta por material orgânico, um tipo de plástico ou combustível, que se queima com o laser do gravador, tornando-se inalterável. A substância usada nos CDs regraváveis por sua vez pode alternar entre um estado opaco e outro cristalino, de acordo com a intensidade do laser. Esta variação é quem permitem que eles sejam regravados várias vezes.
Praticamente todos os gravadores podem trabalhar com os dois tipos de mídias, mas em geral a velocidade de regravação é bem mais baixa que a velocidade de gravação. Outro problema é que por possuírem uma refração de luz bem menor, as mídias regraváveis não são lidas em vários leitores de CD.
Gravar CDs é um processo bem simples. Basta instalar o gravador, como se fosse um drive de CD comum. Depois de instalado, o Windows reconhecerá o gravador, mas como um simples leitor de CDs, quem reconhecerá a verdadeira identidade do gravador será programa de gravação. Existem vários programas de gravação disponíveis no mercado, mas o mais comum e mais fácil de usar é o Easy CD Creator, programa que acompanha a maioria dos gravadores. Basta instalar o programa e começar a queimar seus CDs.
Um CD-ROM de boa qualidade pode durar mais de um século, desde que seja bem conservado. Além de tomar cuidado com arranhões, você deve evitar expor seu CD diretamente ao sol quente ou outras fontes de calor, pois o calor pode fundir a camada reflexiva, inutilizando o CD. CDs gravados são especialmente sensíveis.
Os primeiros drives de CD-ROM eram capazes de ler dados a 150 KB/s. A próxima geração de drives já era capaz de ler dados a cerca de 300 KB/s, o dobro. Estes “novos” drives passaram então a ser chamados de CD-ROMs 2X, já que eram duas vezes mais rápidos que os originais. Em seguida começaram a aparecer drives com taxas de leitura de 600 KB/s ou 900 KB/s, sendo chamados respectivamente de 4x e 6x. Um drive de 32x deve ser capaz de ler dados a 4800 KB/s e assim por diante.

Este mesmo padrão de velocidade aplica-se também aos gravadores de CD. Um aparelho vendido como “8x/4x/32x” por exemplo, pode gravar CDs a 8x, regravar a 4x e ler a 32x.


DVD

Originalmente, o DVD foi concebido para armazenar filmes e substituir as fitas de vídeo comuns. Apesar de grande, a capacidade de um CD comum é suficiente para armazenar apenas poucos minutos de vídeo de alta resolução, enquanto um DVD pode armazenar mais de 2 horas de vídeo com 500 linhas horizontais de resolução, o dobro da resolução de um vídeo cassete comum. Outro recurso interessante do DVD é a possibilidade de serem gravadas 8 dublagens e até 32 opções de legenda junto com o filme.
Existem 4 tipos de DVD, que diferem na capacidade. O DVD 5 é capaz de armazenar 4,7 GB de dados ou 133 minutos de vídeo. O DVD 10 utiliza a mesma tecnologia do DVD 5, mas nele são usados os dois lados do disco, dobrando a capacidade, temos então 9,4 GB de dados ou 266 minutos de vídeo. Temos também o DVD 9 e o DVD 18, que são capazes de armazenar respectivamente 8,5 e 17 GB de dados.
Fisicamente, um DVD é muito parecido com um CD comum, a diferença é que os sulcos na mídia são bem menores e mais próximos uns dos outros. Enquanto no CD cada bit óptico mede 0,83 nm (nanômetros), de comprimento e 1,6 nm de largura, num DVD cada ranhura mede apenas 0,4 nm x 0,74 nm, permitindo gravar muito mais dados no mesmo espaço físico.


Atualmente estamos vendo a popularização de um novo formato de compactação de vídeo, que atinge níveis de compactação bem superiores ao do MPEG2 usado no DVD, o “Divx;-)” (com o sorrisinho no final), que permite gravar duas horas de filme, com uma qualidade próxima à do DVD num CD-ROM comum. O Divx;-) começou sendo usado para a pirataria, mas é bem provável que com o passar do tempo ele passe a ser utilizado para a venda de filmes, transmissão via Internet, etc. Se você trabalha com produção de vídeos ou filmes, pode usar o novo formato para vender seus trabalhos em CD-ROM, que qualquer um que tenha micro vai poder assistir. Você pode encontrar os programas necessários e alguns tutoriais no http://www.divx-digest.com/


A evolução das placas de som

Depois de quase uma década de domínio das placas de som ISA, com destaque para as placas da família Sound Blaster, finalmente estamos vendo uma grande popularização das placas de som PCI. Na verdade, elas já são a grande maioria. Está tornando-se cada vez mais difícil encontrar modelos antigos à venda.
Afinal, se temos placas de vídeo PCI e placas SCSI PCI, por que não termos também placas de som PCI? A primeira resposta que vem à mente, é que por serem periféricos lentos, o barramento ISA já é mais do que suficiente para elas. Até certo ponto, este raciocínio é verdadeiro, realmente, as primeiras placas de som não possuíam muito poder de processamento, e consequentemente não precisavam de um barramento de dados muito largo.
Existem porém, várias razões mais fortes para que as placas de som atuais sejam produzidas apenas em versão PCI: a primeira é que o barramento ISA é cada vez mais raro nas placas mãe recém lançadas, e a tendência geral é que ele deixe de fazer parte das placas mãe novas (já era hora), por isso, uma placa de som ISA já sairia da fábrica condenada a ser trocada por outra PCI no próximo upgrade.
A segunda é que o barramento PCI permite transferências de dados com uma utilização de processador muito menor do que as mesmas transferências realizadas através do barramento ISA. Isto significa que uma placa de som PCI carrega muito menos o processador durante a reprodução dos sons, ajudando a melhorar a performance geral do equipamento.
Finalmente, a terceira razão é que as placas atuais possuem um poder de processamento incomparavelmente superior ao das placas do início da década de 90, precisando de muito mais banda que os 16 MB/s permitidos pelo barramento ISA. Uma Sound Blaster Live por exemplo, possui um poder de processamento estimado de 1 Gigaflop, mais de 30 vezes o poder de processamento de uma Sound Blaster 16 lançada no início dos anos 90. Na verdade, 1 Gigaflop é bem mais inclusive do que muitos processadores modernos. Para você ter uma idéia, um Pentium 100 tem apenas 0.2 Gigaflop de poder de processamento.

Mas afinal, no que é utilizado todo este poder de processamento, já que uma simples SB16 de 10 anos atrás já é capaz de reproduzir música com qualidade de CD?

Placas de Som 3D

Mostrar imagens no monitor qualquer placa de vídeo ISA faz, mas conforme o poder de processamento das placas foi evoluindo, não bastava mais apenas mostrar imagens no monitor, a placa deveria também ser capaz de gerar gráficos em 3 dimensões. Hoje em dia, não basta apenas gerar imagens 3D, uma boa placa tem que gerar imagens de boa qualidade e com um alto frame rate.
Se podemos ter placas de vídeo 3D, capazes de tornar mais reais as imagens dos jogos e aplicativos 3D, por que não ter também placas de som 3D? Os sons do mundo real vêem de todos os lados, se alguém vier andando atrás de você, mesmo não vendo a pessoa você saberá que tem alguém apenas prestando atenção na direção do som. Por que não ter este mesmo efeito nos jogos tridimensionais? O som em três dimensões realmente dá uma nova perspectiva ao jogo, tornando-o muito mais imersivo e real, parece um pouco difícil de acreditar, mas experimente ver isso em ação. Nas palavras de um gamemaníaco : “Os sons do Quake 3 e do Half Life ficam ANIMAIS... Você ouve certinho onde os caras estão!”... “Da pra levar uma boa vantagem no Deathmatch”
Assim como nas placas de vídeo 3D, os efeitos sonoros em 3D são atualmente usados apenas em jogos. Ouvindo músicas em MP3 ou um CD de música a qualidade de som continua sendo a mesma.
Modems

Nada mais lógico do que usar as linhas telefônicas, largamente disponíveis para realizar a comunicação entre computadores. Porém, usando linhas telefônicas comuns enfrentamos um pequeno problema: os computadores trabalham com sinais digitais, neles qualquer informação será armazenada e processada na forma de 0s ou 1s. As linhas telefônicas por sua vez são analógicas, sendo adequadas para a transmissão de voz, mas não para a transmissão de dados.
Justamente para permitir a comunicação entre computadores utilizando linhas telefônicas comuns, foram criados os modems. Modem é a contração de modulador-demodulador e se refere a um aparelho capaz de transformar sinais digitais em sinais analógicos que são transmitidos pela linha telefônica e, em seguida, novamente transformados em sinais digitais pelo modem receptor.
Os modems apresentaram uma notável evolução na última década. Os primeiros modems eram capazes de transmitir apenas 300 bits de dados por segundo, enquanto que os atuais são capazes de manter conexões com velocidades de até 56 Kbits por segundo.


Hardmodems x Softmodems

Existem dois tipos de modems, que apesar de terem a mesma função, operam de maneira ligeiramente diferente. Tradicionalmente, os modems trazem todos os componentes necessários ao seu funcionamento, restando ao processador, apenas a tarefa de dizer a ele o que fazer, estes modems “completos” são chamados de hardmodems. Além dos modems tradicionais, você encontrará no mercado, alguns modems que operam via software, que são chamados de Winmodems ou softmodems e não possuem muitos dos componentes dos modems convencionais, destacando-se a UART, o circuito que coordena o envio e o recebimento de dados. Para que estes modems funcionem, é obrigatória a instalação de um programa que vem no CD que acompanha o modem.

Como não possuem muitos componentes, estes modems são mais baratos; já cheguei a ver um softmodem da Pctel, 56k, por US$ 20, enquanto um hardmodem de 56k da US Robotics custa no mínimo 80 ou 90 dólares.
O programa funciona como uma espécie de emulador, fazendo com que o processador execute as funções que normalmente seriam executadas pelo próprio modem, como o controle de envio/recebimento de sinais, controle de erro entre outras. Logicamente o micro ficará mais lento do que o normal enquanto o modem estiver sendo usado, já que além de suas funções normais, o processador acumulará as funções de controle do modem. O mínimo, em termos de processador recomendado para o uso de um softmodem,

segundo os fabricantes, seria um Pentium 100. Os softmodems também costumam ser mais sensíveis a linhas ruidosas ou de baixa qualidade, onde eles apresentam um desempenho bem inferior aos hardmodems.
Apenas observando o “jeitão” do modem, e vendo o número de componentes que o compõe é possível perceber facilmente se trata-se de um hardmodem ou de um softmodem, pois estes últimos são muito mais simples. Mas se mesmo assim restarem dúvidas, verifique a caixa e o manual de instruções; se por exemplo estiver escrito que é preciso um processador Pentium ou Pentium MMX, ou que o modem só funciona no Windows 98 e NT, com certeza trata-se de um Softmodem.
Outro indicativo é a necessidade de instalar algum programa para que o modem funcione. Um modem tradicional só precisa que seja instalado um arquivo .INF (um arquivo de texto com as configurações e especificações do modem) para funcionar. Um softmodem por sua vez precisará que o programa emulador seja instalado.
Como sempre, temos neste caso o velho dilema de pagar mais caro por um componente de qualidade ou pagar bem mais barato por um componente inferior. Se você está montando um micro topo de linha, provavelmente não seria um bom negócio economizar justamente no modem, por outro lado, se você está montando um micro de baixo custo, um softmodem pode ser uma maneira de cortar custos, já que como vimos a diferença pode passar dos 60 dólares.


Acesso rápido

Os modems tiveram um papel essencial no desenvolvimento e popularização da Internet, já que são aparelhos relativamente baratos que permitem a qualquer um que tenha um micro e uma linha telefônica acessar a rede pagando apenas uma ligação local. Se não fossem eles a Internet jamais teria se tornado popular como é hoje. Porém, atualmente vemos que os modems já deram o que tinham que dar.
Os modems são lentos comparados com outras formas de acesso, e não permitem que se fique conectado muito tempo, devido ao preço das chamadas telefônicas e ao fato da linha ficar ocupada. Somados os impostos, uma hora conectado em horário comercial custa cerca de R$ 1,70 apenas em tarifas telefônicas. Acesse três horas por dia 5 dias por semana e aumentará em cerca de 100 reais sua conta telefônica. Claro que sempre existe a opção de acessar durante a madrugada, onde pagamos apenas um pulso por ligação, mas as olheiras começam a incomodar depois de algum tempo... :-)
Atualmente já existem basicamente 3 tecnologias de acesso rápido, que permitem ficar 24 horas conectado a 256 K em média, pagando apenas uma taxa mensal.
O meio mais popular é o acesso via ADSL, oferecido pelas próprias empresas de telefonia em várias cidades. Em São Paulo por exemplo, o acesso via ADSL é chamado de Speedy. O ADSL utiliza a própria linha telefônica, porém de forma diferente, utilizando sinais de alta freqüência. Com isto, alem de não serem pagos pulsos para acessar a Internet, a linha fica desocupada. O acesso vai de 256K a 2 Mbps, dependendo do plano.

Um segundo meio é o acesso via cabo, oferecido pelas emissoras de TV a cabo. O acesso via cabo está disponível apenas nas áreas onde a TV a cabo está disponível e é obrigatório que se assine também o serviço de TV, o que encarece a mensalidade. As velocidades variam de 128 K a 1 Mbps, dependendo do plano.
Finalmente, temos o acesso via rádio, onde temos uma antena instalada no topo dos edifícios e cabos puxados para os apartamentos. Geralmente este serviço está disponível apenas para prédios e mesmo assim é preciso que haja um número mínimo de moradores interessados.


Upgrade e atualizações

Como estudamos até aqui, todos componentes de um PC, influenciam diretamente no desempenho global da máquina. Como num carro, onde um único componente de baixo desempenho afeta negativamente todo o conjunto.
Apesar do desejo de todos ser um micro equipado com um processador topo de linha, muita memória RAM, vários Gigabytes de espaço no disco rígido, placa de vídeo 3D, DVD, etc. Nem todos estamos dispostos a gastar 2.000 ou 3.000 dólares numa configuração assim. Entra em cena então o fator custo-beneficio: determinar qual configuração seria melhor dentro do que se pode gastar. O objetivo deste tópico final, é justamente este, ajudá-lo a escolher a melhor configuração em termos de custo-beneficio em cada caso. Para isto, estudaremos no que cada componente afeta o desempenho e em quais aplicações cada um é mais importante.
A primeira coisa que deve ser levada em conta é a aplicação a que o micro será destinado, ou seja: quais programas serão utilizados nele. Um micro usado em um escritório, onde são usados o Word, Excel e Internet por exemplo, não precisa de um processador muito poderoso, mas é indispensável uma quantidade pelo menos razoável de memória RAM, e um disco rígido razoavelmente rápido. Enquanto que, num micro destinado a jogos, o principal seria um processador rápido, combinado com uma boa placa de vídeo 3D.


Escolhendo a placa mãe

A placa mãe é o componente que deve ser escolhido com mais cuidado, pois uma placa mãe de baixa qualidade colocará em risco tanto o desempenho quanto a confiabilidade do equipamento.
Ao comprar uma placa mãe, verifique quais processadores ela suporta, se possui um slot AGP e se a quantidade de slots PCI é suficiente para a quantidade de periféricos que você pretende instalar. As placas com slot ISA já são cada vez mais raras.
A questão mais importante é a qualidade da placa. Além dos recursos, este é o principal diferencial entre as várias que você encontrará no mercado. Placas de baixa qualidade além de prejudicarem o desempenho, podem tornar o micro instável, causando travamentos constantes no Windows. Travamentos que freqüentemente são causados por falhas de hardware, e não por bugs do programa.

Procure comprar placas de boas marcas, como Asus, Abit, Gigabyte, Soyo e Supermicro. As placas da Intel também são excelentes, mas preste atenção se a placa realmente foi fabricada pela Intel: muitos vendedores vendem placas com chipsets Intel como “placas da Intel”. Muitos fabricantes usam chipsets Intel em suas placas, mas isto não e garantia de qualidade. Não adianta uma placa de segunda linha possuir um bom chipset.
Evite ao máximo comprar placas TX-Pro, VX-Pro, BX-Pro, SX-Pro, PC-100, Viagra, BX-Cel, PC-Chips e placas que não trazem especificado o nome do fabricante. Apesar de serem muito mais baratas, e quase sempre trazerem placas de som, vídeo, modems e até placas de rede onboard, estas placas invariavelmente são de baixa qualidade, sendo fabricadas geralmente pela PC-Chips, especializada em fabricar placas de baixíssimo custo mas de qualidade duvidosa.
Você pode perguntar por que estas placas são inferiores, já que muitas vezes usam o mesmo chipset de placas de boas marcas. O diferencial é a qualidade da placa de circuito. Uma placa mãe é confeccionada usando-se uma técnica chamada MPCB (multiple layer contact board) que consiste em várias placas empilhadas como se fossem uma só. Acontece que uma placa de circuitos deste tipo tem que ser projetada e fabricada minuciosamente, pois qualquer erro mínimo na posição das trilhas, fará com que surjam interferências, que tornarão a placa instável. Isto também prejudica o desempenho, impedindo que a comunicação entre os componentes seja feita na velocidade normal. A diferença de desempenho de um micro montado com uma boa placa mãe, para outro de configuração parecida, mas usando uma placa mãe de baixa qualidade pode chegar a 20%. Equivaleria a trocar um Pentium III de 1 GHz por outro de 800 MHz!
A fim de cortar custos, diminui-se o tempo de desenvolvimento e apela-se para técnicas mais baratas e menos precisas de produção, criando os problemas que descrevi. Certamente é tentador ver o anúncio de uma placa mãe que já vem com placa de som, placa de vídeo e modem por 100 ou 120 dólares, enquanto uma placa de uma boa marca custa 150, 180 ou mesmo 200 dólares e geralmente não traz nenhum destes acessórios. Mas, lembre-se que esta economia pode lhe trazer muita dor de cabeça, na forma de instabilidade, travamentos e incompatibilidades. Estas placas podem até ser usadas em micros mais baratos, destinados a aplicações leves, onde a economia é mais importante, mas não pense em usar uma em um micro mais parrudo, pois não valerá à pena. Se o problema é dinheiro, prefira comprar um processador mais simples e barato, mas colocá-lo em uma boa placa mãe.


Memória RAM

Se o micro possui pouca memória RAM, o processador terá que usar o disco rígido para guardar os dados que deveriam ser armazenados na memória, tornando o sistema extremamente lento. Por outro lado, instalar mais memória do que o necessário será apenas um desperdício, pois não tornará o sistema mais rápido.

Você notará que é preciso instalar mais memória quando o micro começar a ficar lento e a acessar intermitentemente o disco rígido em momentos de atividade mais intensa.

Se o usuário trabalha apenas com aplicativos mais leves, como Word, Excel, Internet e não costuma abrir mais de um aplicativo ao mesmo tempo, então 32 MB podem até ser suficientes para alguns, mas o mínimo absoluto recomendável seriam 64 MB. Se,

por outro lado, são usados programas mais pesados ou se são abertos vários programas ao mesmo tempo, então o mínimo seriam 96 MB e o ideal 128 MB. 128 MB também são o ideal se o micro se destina principalmente a jogos.
Caso o micro se destine ao processamento de imagens, vídeo ou editoração, então devem ser usados pelo menos 128 MB. Dependendo do tamanho dos arquivos a serem processados, o ideal pode subir para 192 ou mesmo 256 MB. Se você está procurando um micro que seja capaz de manter-se atualizado por bastante tempo, então 256 MB de memória serão um bom investimento, mesmo que não vá precisar de tudo isso no momento.
A instalação de mais memória pode dar um novo ânimo a um micro mais antigo, principalmente se o micro possui apenas 8 ou 16 MB. Mas não exagere, pois mesmo com muita memória será difícil rodar aplicativos mais pesados devido à fragilidade do conjunto. O ideal seriam 16 ou 24 MB em micros 486 e de 32 a 64 MB em micros Pentium ou K6 de 100 a 166 MHz. Com 64 MB de memória, mesmo um Pentium 133 já conseguirá rodar o Windows ME ou 2000 com um mínimo de qualidade.
A quantidade mínima de memória para ter um bom desempenho também varia de acordo com o sistema operacional. Por exemplo, o Windows 95, assim que aberto consome 10 MB de memória. Num micro antigo, que tenha 24 MB de memória, já teríamos um desempenho aceitável, pois sobrariam 14 MB para abrir programas antes do sistema entrar em memória virtual. O Windows 98 SE já é mais pesado, consome cerca de 22 MB de memória. Neste caso, com 24 MB de memória ficaríamos sem praticamente nenhuma memória disponível, tornando o sistema bastante lento. O ideal para rodar os programas atuais já seriam pelo menos 64 MB
Usando o Windows 2000 Workstation, o consumo é ainda mais alto, são necessários quase 44 MB apenas para o sistema operacional. Por isso, para ter o mesmo desempenho que seria obtido com o Windows 98 + 64 MB de memória, seriam necessários 96 MB.


Processador

Nem sempre a instalação de um processador mais moderno torna o micro mais rápido. Muitas vezes, aumentar a quantidade de memória ou trocar o disco rígido faz mais efeito. Como sempre, depende da aplicação.
Caso o micro se destine principalmente a jogos, então vale à pena investir em um processador topo de linha, como um Pentium III ou um AMD Athlon, porém apenas depois de comprar uma boa placa de vídeo 3D. Caso o micro de destine ao processamento de imagens ou editoração, um processador topo de linha irá ajudar, mas apenas se o micro possuir bastante memória RAM. Se o dinheiro estiver curto, é preferível comprar um processador médio, como um Celeron ou Duron e investir em mais memória. Evite comprar processadores K6-2, pois além de ultrapassados, você não poderá aproveitar a placa mãe num futuro upgrade.
Finalmente, caso o micro se destine a aplicações leves, então o ideal será adquirir um processador o mais simples possível e investir a economia em um pouco mais de memória, um disco rígido melhor, ou numa placa mãe de melhor qualidade.

Disco Rígido

O desempenho do disco rígido determina a velocidade em que serão abertos programas e arquivos. Um disco rígido rápido, também ajuda um pouco caso o micro tenha pouca memória RAM. Mesmo com um processador parrudo e muita memória, tudo ficará lento caso o disco rígido não acompanhe.
Quase sempre, os discos rígidos de maior capacidade são mais rápidos, mas como sempre existem exceções. Procure saber o tempo de acesso, a velocidade de rotação e a densidade do disco. O tempo de acesso do disco varia geralmente entre 8 e 12 milessegundos, dependendo do HD. O tempo de acesso determina quanto tempo a cabeça de leitura demorará para achar o dado a ser lido. Um valor mais baixo corresponde a um melhor desempenho.
A velocidade de rotação é medida em RPMs, ou rotações por minuto. Quanto mais rápido o disco girar, mais rápido um dado será encontrado. A densidade, ou quantos dados caberão em cada disco também determina o desempenho, pois como os dados estarão mais próximos, serão localizados mais rapidamente. Você saberá a densidade dividindo a capacidade total do disco rígido pela quantidade de faces de disco que ele possui. Um disco de 8.4 GB, com 4 faces de disco, por exemplo, possui densidade de 2.1 GB por face. Quanto maior a densidade melhor.


Placa de Vídeo

As placas de vídeo mais antigas, são chamadas de placas 2D por que se limitam a mostrar imagens no monitor. As placas 3D por sua vez, bem mais modernas ajudam o processador a criar as imagens tridimensionais usadas em jogos e em alguns aplicativos.
Caso o micro se destine a jogos, ou processamento de imagens 3D (usando o 3D Studio por exemplo), é indispensável o uso de uma placa de vídeo 3D, caso contrário o micro simplesmente não será capaz de rodar o aplicativo ou ficará extremamente lento. Se, por outro lado, forem ser usados apenas aplicativos de escritório ou forem ser processadas imagens em 2D, então uma placa de vídeo 3D não será necessária.
É muito comum encontrar à venda placas mãe que já vem com vídeo onboard. Em geral o vídeo onboard possui alguns recursos 3D, suficientes para rodar alguns jogos 3D mais simples, mas com um desempenho muito longe de uma placa 3D média.
Você poderá usar o vídeo onboard caso o micro de destine basicamente a aplicativos de escritório, Internet, etc. ou até mesmo para um ou outro jogo ocasional, desde que você não se importe com, a pobreza das imagens. Mas, caso você faça questão de jogar seus jogos com qualidade, então o ideal seria usar uma placa 3D de verdade.
Surge então outro problema: as placas com vídeo onboard geralmente não trazem slot AGP, e atualmente é bem complicado encontrar uma boa placa de vídeo 3D que venha em versão PCI. Ou seja, se você pretende usar uma placa 3D, o melhor é procurar uma placa mãe sem vídeo onboard, que venha com um slot AGP.

Modem

Atualmente, você só encontrará à venda modems de 56K, porém, encontrará tanto hardmodems quanto softmodems. O “hardmodem” vem de “hardware” enquanto o “softmodem” vem de “software”. A diferença entre os dois tipos é que os Hardmodems executam eles mesmos todas as tarefas relacionadas com o envio e recebimento de dados através da linha telefônica. Eles só incomodam o processador na hora de entregar os dados recebidos, já devidamente decodificados e descompactados.
Os softmodems por sua vez contém apenas os dispositivos necessários para usar a linha telefônica, eles não executam nenhum tipo de processamento. Adivinha pra quem sobra então? Justamente para o processador principal, que além das suas tarefas normais passa a ter que fazer também o trabalho do modem. Os softmodems são os modems mais baratos, que costumam custar entre 20 e 40 dólares, porém tornam o micro mais lento (quanto mais potente for o processador menor será a perda) e não se dão muito bem como jogos multiplayer jogados via modem ou com linhas ruidosas. Os hardmodems, por sua vez, são os modems mais caros, que custam apartir de 80 dólares, mas executam eles mesmos todas as funções.


Placa de Som

De um modo geral, a placa de som não influencia em nada o desempenho do micro, apenas determina a qualidade do áudio. Para uso normal, uma placa de som simples como uma Sound Blaster 32, ou mesmo uma daquelas placas “genéricas” de 20 ou 25 dólares dão conta do recado. Placas mais caras farão diferença caso você pretenda trabalhar com edição musical, ou faça questão de ouvir músicas em MIDI com o máximo de qualidade.
Existem também placas de som 3D, como a Turtle Beath Montego e a Sound Blaster Live, que geram sons que parecem vir de todas as direções, mesmo usando caixas acústicas comuns. Este efeito é muito interessante em jogos, pois oferece uma sensação de realidade muito maior. Imagine ouvir o som de um tiro, dentro de um jogo, como se ele tivesse sido disparado por alguém que está bem atrás de você.
Upgrades e atualizações

Fazer um upgrade, significa trocar alguns componentes de um micro já ultrapassado a fim de melhorar seu desempenho. Porém, muitas vezes, o micro está tão desatualizado que seria preciso trocar quase todos os componentes para conseguir atingir um desempenho aceitável. Neste caso, compensaria mais vender o micro antigo e comprar um novo.
O segredo para realizar um bom upgrade, é detectar os “pontos fracos” da configuração, componentes que possuem um desempenho muito inferior ao restante do conjunto. Para exemplificar, analisarei agora algumas configurações de micros antigos típicos:

+ Configuração 1

Processador Pentium de 100 MHz
8 MB de memória RAM
HD de 1.2 GB
Placa de Vídeo de 1 MB
Monitor SVGA de 14 polegadas

Temos aqui um micro bem antigo, de configuração extremamente modesta, mas que tem um grave ponto fraco: a pouca quantidade de memória RAM, apenas 8 MB não são suficientes nem mesmo para rodar o Windows 95 com um mínimo de qualidade, que dizer do Windows 98, 2000 ou os programas atuais. O ideal aqui seria adicionar mais 32 MB de memória, totalizando 40 MB, o que multiplicaria a velocidade do equipamento. Também valeria à pena trocar o processador por um K6 ou Pentium de 200 MHz, já que neste caso não precisaríamos trocar também a placa mãe.
Dois pentes de memória de 72 vias de 16 MB cada, e um processador de 200 MHz custam cerca de 70 dólares, que resultariam em um ganho de performance de pelo menos 300%. Note que neste caso precisaríamos usar componentes usados. O disco rígido só deveria ser trocado caso o usuário estivesse com problemas de espaço.

+ Configuração 2
Pentium 233 MMX
32 MB de memória RAM
HD de 2.6 GB
Placa de vídeo de 2 MB
Monitor SVGA de 14 polegadas

Agora temos uma configuração um pouco mais equilibrada. As únicas mudanças viáveis seriam o aumento da quantidade de memória para 64 MB e a troca do disco rígido (caso o usuário esteja com problemas de espaço).
Não seria uma boa idéia pensar em trocar o processador, pois para instalar um Pentium II, Celeron, ou mesmo um K6-2 neste micro, teríamos que trocar também a placa mãe. Caso os módulos de memória atuais sejam de 72 vias, o gasto seria ainda maior, já que as placas mãe mais modernas possuem encaixes apenas para módulos de 168 vias o que nos obrigaria a trocar também as memórias.
Caso o usuário do micro goste de jogos, então uma placa de vídeo 3D, de um modelo mais simples, seria uma boa idéia.


+ Configuração 3
Pentium II de 266 MHz
64 MB de memória RAM
HD de 2.2 GB
Placa de vídeo Voodoo 3 2000
Monitor SVGA de 15 polegadas

A primeira coisa a considerar neste exemplo seria a troca do processador por um Celeron de 500 ou 533 MHz, já que poderíamos trocar apenas o processador.
Teríamos então uma excelente configuração, com exceção do disco rígido, muito pequeno e lento para um micro deste porte. Seria uma boa idéia trocá-lo por um de 20 GB ou mais. O aumento da quantidade de memória para 128 MB deveria ser considerado caso o usuário tenha o hábito de trabalhar com vários programas abertos ao mesmo tempo, ou tenha o hábito de abrir arquivos muito grandes, ou finalmente caso deseje rodar o Windows 2000.
As peças antigas, no caso o processador o disco rígido poderiam ser vendidas depois para cobrir parte do gasto do upgrade. Existe um mercado muito grande para discos rígidos usados.

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