MANUTENÇÃO DE COMPUTADORES

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11 GRAVANDO EM CD

Parte 11: Gravando em CD

Originalmente, o Compact Disk, ou simplesmente CD, foi desenvolvido para armazenar música, e substituir os antiquados discos de vinil com vantagens. Como num CD o som é gravado no formato digital, com uma amostragem de 44.100 Hz, e 16 bits de resolução, temos um som completamente livre de ruídos, e com uma qualidade quase perfeita.
Não demorou muito para os fabricantes perceberem que, com um mínimo de esforço, o CD também poderia ser usado para gravar dados. Criou-se então uma distinção: os CDs destinados a gravar música passaram a ser chamados de CD-DA, ou "Compact Disk Digital Audio" enquanto os destinados à gravação de dados passaram a ser chamados de CD-ROM, ou "Compact Disk Read Only Remory".
Naquela época, os discos rígidos custavam bem mais que atualmente, e com uma capacidade de armazenamento bem menor. Existia também um grande problema relacionado à distribuição de softwares, já que com apenas 1,44 MB de capacidade, são necessários inúmeros disquetes para armazenar programas grandes ou mesmo jogos.
A grande capacidade, e o baixo custo de produção dos CD-ROMs, também tornaram possíveis as enciclopédias digitais com som e vídeo, títulos em multimídia, e jogos mais avançados. Imagine quantos disquetes seriam necessários para armazenar uma enciclopédia como a Encarta da Microsoft, por exemplo, e quanto esse batalhão não iria custar ;-)

Formatação
Como o CD foi originalmente desenvolvido para armazenar áudio, os dados são gravados na forma de uma grande espiral (como num disco de vinil) ao invés de serem usadas trilhas concêntricas como num HD. Esta espiral engloba todo o disco, dando cerca de 20.000 "voltas" e tendo um comprimento total de quase 5 quilômetros. Esta imensa espiral pode ser dividida em trilhas lógicas, cada uma englobando uma faixa de um CD de áudio, por exemplo. Trilha lógica, pois a divisão existirá apenas do ponto de vista do leitor. Fisicamente a espiral continuará sendo ininterrupta.
Cada bit gravado corresponde a um conjunto de sulcos no CD, e não a um único sulco como poderíamos supor. De fato, são usados 17 sulcos para formar um bit 1 ou 0. O uso desta grande quantidade de sulcos para cada bit é necessária para que, durante a leitura, a cabeça de leitura tenha tempo suficiente para "perceber" a mudança entre bits 1 e 0.
Um CD possui cerca de 106 bilhões de sulcos, ou "bits óticos". Se cada sulco correspondesse a um bit de dados, teríamos uma capacidade incrível de armazenamento por CD, mas não seria possível, pelo menos com a tecnologia atual, desenvolver processos de gravação, e principalmente leitores de CD com cabeças suficientemente sensíveis para conseguir ler os dados com esta precisão.

A fim de chegar a um consenso quanto à capacidade ideal para o CD, ficou determinado que ele deveria ser capaz de armazenar 74 minutos de música, com amostragem de 44.100 Hz, e 16 bits de resolução, o que corresponde a cerca de 742 Megabytes. A fim de melhorar a organização, os dados são agrupados na forma de setores, assim como num disco rígido. A diferença é que enquanto num HD cada setor engloba 512 bytes, num CD cada setor (também chamado de "large frame") contém 2.352 bytes.
Como toda a mídia, o CD não é livre de erros de leitura. Num HD por exemplo, além dos 512 bytes de dados, cada setor engloba mais algumas dezenas de bytes com códigos de correção de erro, que são usados para detectar e corrigir qualquer alteração nos dados anteriormente gravados. No caso de um CD de música porém, os erros de leitura não causam grandes inconvenientes. Caso alguns bits não possam ser lidos, o CD-Player simplesmente usaria interpolação para evitar quebras no som.
Num CD cada ponto de amostragem de som é composto por 16 bits, o que permite um valor qualquer entre 0 e 65.535. Digamos que ao tocar uma música qualquer, fossem extraídos os valores 54.580, 54.500, 53.700, houvesse um erro de leitura e em seguida fosse lido o valor 52.000. Para tapar o "buraco" o CD-Player simplesmente tiraria a média entre o valor anterior e o posterior (53.700 e 52.000) chegando a 52.850, que não é necessariamente o valor correto, mas serviria para evitar qualquer alteração perceptível no som. Devido a isto, podemos aproveitar num CD de música, todos os 2.352 bytes de cada setor, sendo que num CD de música, cada segundo de áudio gravado ocupa 75 setores.
Num CD de música, além dos 2.352 bytes de dados, temos mais uma pequena área de 98 bits em cada setor, que armazena os dados do subcanal Q. Estes 98 bits são reservados para armazenar informações adicionais sobre a faixa do CD que está sendo tocada, tempo decorrido em minutos e segundos, o endereço do setor e 16 bits que armazenam um código ECC rudimentar. Além de serem essenciais para manter uma velocidade constante de leitura, estas informações são usadas pelos CD-Players para exibir o tempo decorrido do início da faixa.
Veja como fica organizado cada setor num CD de áudio:

Num CD de dados, o cenário já é um pouco diferente. Ao contrário de um CD de música, a falha na leitura de apenas alguns bits seria suficiente para inutilizar o programa a ser lido. Para tornar o CD confiável para o armazenamento de dados, foram reservados 288 bytes em cada setor para o armazenamento de códigos ECC, permitindo a correção automática de qualquer alteração nos dados, sendo reservados mais 16 bytes para sinais de sincronismo e endereçamento. Sobram então 2.048 bytes em cada setor para armazenamento de dados. Como cada CD possui 330.000 setores, chegamos a 650 MB de capacidade total de armazenamento de dados. Num CD de dados, os 98 bits reservados ao subcanal Q não são usados. Veja como fica cada setor em um CD de dados:

Assim como num HD, cada setor de um CD de dados possui um endereço único, armazenado no campo de 4 bytes reservado ao endereçamento. No início do CD, é gravado um índice, chamado de TOC ("table of contents", ou "tabela de conteúdo") que, semelhantemente à FAT de um HD, informa quais arquivos estão gravados no disco e em quais setores cada um está. Veja que traduzindo para o português, TOC vira "tabela", por isso não usamos o termo "o TOC" e sim "a TOC". Finalizando, a TOC do CD também é às vezes chamada de índice.

Parte 2: Uma Salada de Padrões

Além dos padrões para CDs de música e CDs de dados, foram criados com o passar do tempo vários outros padrões de CD, destinados a diferentes aplicações. Apesar da mídia usada em todos ser a mesma (no caso o CD :-) a maneira como os dados são organizados é diferente. Cada um destes padrões acabou recebendo como nome uma cor; o padrão de CD de áudio original por exemplo, é chamado de "Red Book" ou livro vermelho, enquanto o padrão de CDs de dados é chamado de "Yellow Book" ou livro amarelo. Parece que ninguém sabe exatamente de onde surgiu a idéia de dar o nome de uma cor a cada padrão, mas muitas pessoas dizem que os apelidos surgiram por causa da cor da capa usada nos manuais que descreviam as especificações de cada padrão.
Red Book: Este foi o padrão original para CDs de áudio, desenvolvido em uma parceria entre a Philips e a Sony, publicado em 1980. Conhecido como "Compact Disk digital Audio" ou CD-DA. Além do formato de gravação de áudio, o Red Book trouxe as especificações físicas do CD-ROM (número de trilhas e setores, capacidade máxima, etc.) que são usadas até hoje.
Yellow Book: Este nada mais é do que o padrão para CDs de dados que vimos anteriormente. Assim como o Red Book, este foi desenvolvido através da parceria entre a Philips e a Sony e publicado em 1983. O Yellow Book original previa dois modos de gravação, o modo 1 e o modo 2. A diferença é que enquanto no modo 1 temos reservados 288 bytes em cada setor para os códigos de correção de erros, no modo 2 todos os 2352 bytes do setor são usados para gravar dados (como nos CDs de áudio). A idéia era usar o modo 2 para gravar CDs que armazenassem dados como imagens e vídeo, onde a corrupção de alguns bits não causasse maiores problemas.
Em 1985, uma parceria entre vários fabricantes criou o ISO 9660, uma padronização para CDs de dados, que estabelecia o uso do modo 1 como padrão entre várias outras especificações. Como o ISO 9660 era compatível com vários sistemas operacionais, tornou-se rapidamente o padrão da indústria.

Apesar de sua universalidade, o ISO 9660 tinha a grave limitação de permitir nomes de arquivos de no máximo 8 caracteres (como no DOS). Para quebrar esta limitação, outros fabricantes criaram extensões para o ISO 9660 original, que permitiam nomes de arquivos longos. Porém, ao contrário do ISO que é universal, cada um destes padrões pode ser lidos dentro de um sistema operacional em particular: a extensão

que permite nomes longos dentro do Windows chamada-se "Joilet" a que se destina ao Unix chama-se "Rock Ridge" enquanto a "Apple Extensions" destina-se aos Macs.
Green Book: Este padrão também é chamado de CD Interativo, ou CD-I, e foi desenvolvido em 1986 novamente pela parceria Philips e Sony. Este formato foi desenvolvido para ser usado em CDs de multimídia, que trouxessem gráficos, texto, imagens e sons e pudessem ser visualizados usando um aparelho especial ligado à TV. Este formato nunca foi muito usado e hoje está extinto.
Orange Book: Este é o conjunto de especificações para CDs graváveis e CDs regraváveis, e traz vários recursos úteis para a gravação de CDs, como por exemplo, a possibilidade de gravar CDs multiseção, ou seja, ao invés de gravar todo o CD de uma vez e fechar a TOC, é possível gravar alguns arquivos de cada vez, até completar o espaço livre do CD. A TOC é deixada em aberto, e fechada apenas quando o espaço livre do CD se esgota. Tenha em mente alguns drives de CD-ROM, especialmente os antigos não conseguem ler CDs multiseção.
White Book: Estas são as especificações para os Vídeo CDs, que nada mais são do que CDs normais, que armazenam vídeo no formato MPEG ao invés de música. Os vídeo CDs podem ser vistos em DVD-Players, ou então usando o CD-ROM do micro e um programa que exiba filmes em MPEG, como o Movie Player do Windows.
Cada Vídeo CD pode armazenar aproximadamente 1 hora de filme, porém com uma qualidade bem inferior à do DVD, algo parecido com a qualidade de uma fita HVS comum. Apesar de serem raros no Brasil, os Vídeo CDs são relativamente comuns no Japão e Estados Unidos, onde vários títulos são lançados neste formato.

Parte 3: Gravação de CDs

Durante vários anos, os CDs foram mídias somente para leitura. Você podia comprar um programa em CD, mas se por algum motivo precisasse copiá-lo teria que usar disquetes, Zip-drives ou algum outro dispositivo. Atualmente porém, vemos uma grande popularização dos gravadores de CD-ROM, que em um futuro próximo provavelmente se tornarão tão populares quanto as unidades de disquete. Qualquer usuário com 300 ou 400 dólares, ou bem menos que isso, caso opte por um gravador usado, pode comprar um gravador e sair gravando CDs com dados ou mesmo CDs de música, sem muita dificuldade.
Como quase todo mundo hoje em dia possui um drive de CD-ROM, a possibilidade de gravar CDs é útil também para o transporte de dados. Neste ramo, o CD revela-se uma opção bem interessante em termos de custo-beneficio, já que possui uma capacidade equivalente à de 6.5 discos Zip de 100 MB, ou mais de 400 disquetes, sendo que uma boa mídia gravável não custa mais do que 2.5 ou 3 dólares (menos que uma caixa de disquetes) e mídias de qualidade inferior chegam a ser vendidas por menos de 1 dólar.
Outro recurso interessante é o recurso de multiseção, que permite deixar um CD gravado "aberto". Através deste recurso suportado por qualquer gravador e programas de gravação atuais, é possível gravar uma quantidade pequena de dados, 100 MB por exemplo, e depois ir gravando mais dados até que a capacidade total do CD seja preenchida, diminuindo bastante o número de mídias necessárias para fazer backups diários ou mesmo para transportar pequenas quantidades de dados.

Assim como nos drives de CD-ROM, a velocidade de gravação também é mostrada em múltiplos de 150 KB/s. Um gravador 1x será capaz de gravar CDs a uma velocidade de 150 KB/s, um CD 2x a 300 KB/s, um de 4x a 600 KB/s e assim por diante. Gravando a 1x, um CD cheio demora cerca de uma hora para ser gravado, demorando apenas meia hora a 2x ou cerca de 15 mim a 4x. Mesmo gravadores mais rápidos podem ser configurados para gravar CDs a 2x ou mesmo 1x caso seja necessário.
Geralmente os gravadores são capazes de ler CDs a uma velocidade maior do que são capazes de gravar: um drive 8x4, por exemplo, é capaz de ler a 8x e gravar a 4x.

Mídias
Um CD prensado comum é composto de três camadas: uma camada de plástico de cerca de 1,2 mm de espessura, uma camada de alumínio, ouro ou platina onde são gravados os dados, e sobre ela uma camada protetora de verniz. Em um CD-R, também temos estas três camadas, a diferença é que temos uma quarta camada, entre o plástico e a camada reflexiva, justamente a camada onde são gravados os dados.
Esta fina camada é composta de produtos sensíveis ao calor, que tem sua composição química alterada devido ao calor gerado pelo feixe laser do gravador, muito mais potente que o usado na leitura do CD. As partes da superfície queimadas pelo laser ficam opacas e criam pequenas bolhas, deixando de refletir a luz do leitor, substituindo sulcos dos CDs prensados. Por isso é que na gíria dos micreiros é usada a expressão "queimar CDs" para se referir ao processo de gravação.

Camada de policarboneto
Vimos que nos CDs prensados a camada de policarboneto é prensada conta um molde, sendo gravados neste processo os sulcos que armazenam os dados. Num CD gravável, a camada de policarboneto também é prensada, porém, ao invés de serem gravados os sulcos, é gravada a espiral de gravação. Todo o CD virgem já vem com esta espiral pré gravada, onde serão gravados os dados. O gravador não é capaz de gravar dados fora da espiral.
Camada reflexiva
Nos CDs prensados, a camada reflexiva é sempre feita de ligas de alumínio, prata ou platina. Como a camada reflexiva é sempre prateada , e a camada de policarboneto é transparente, os CDs prensados são sempre prateados.

Já nos CDs graváveis, a camada reflexiva pode ser tanto feita de outro 24 quilates quanto de ligas de prata ou mesmo alumínio. A camada de gravação por sua vez, pode ser transparente, azul ou verde, dependendo do material usado. De acordo com a combinação de cor da cama reflexiva e da camada de gravação, podemos ter CDs graváveis de várias cores diferentes.

Cores
Atualmente existem 5 substâncias diferentes que podem ser usadas para formar a camada de gravação dos CDRs. Todas estas substâncias são orgânicas, um tipo de plástico ou combustível, e justamente por isso podem ser queimadas pelo laser do gravador. Cada uma estas substâncias foi desenvolvida por uma companhia diferente, que detêm sua patente. Por serem diferentes, cada substância tem uma cor predominante:


Substância

Desenvolvido por:

Cor Predominante

Cyanine

Taiyo Yudem

Azul

Phthalocyanine

Mitsui Chemicals

Transparente

Metallized Azo

Verbatim/Mitsubishi

Azul

Advanced Phthalocyanine
(tipo 5)

Mitsui Chemicals

Verde claro

Formazan

Kodak

Verde claro

Como a camada de gravação é semi-transparente, a cor do CD gravável é formada por uma combinação da cor da camada reflexiva (que pode ser dourada ou prateada) com a cor da camada de gravação (azul, verde ou transparente):


Cor da mídia

camada de gravação

camada reflexiva

Dourado

Phthalocyanine

dourada (ouro)

Verde Claro
(fabricadas pela Mitsui)

Advanced phthalocyanine

prateada

Verde

Cyanine

dourada (ouro)

Azul

Cyanine

prateada

Azul escuro

Metallized Azo

prateada

Verde claro (de outros fabricantes)

Formazan

prateada

Dourado esverdeado

Formazan

dourada (ouro)

*Durante um certo tempo foram produzidas algumas mídias alaranjadas, estas mídias usavam cyanine misturado com um tipo de corante e camada reflexiva prateada.

Além da cor, as substâncias diferem nos quesitos durabilidade e refração da luz. A Phthalocyanine é dentre todas considerada a de melhor qualidade. Como ela é quase transparente, os CDRs feitos com ela possuem uma refração de luz quase equivalente à dos CDs prensados, sendo compatíveis com todos os leitores de CD-ROM. A Phthalocyanine também tem uma durabilidade maior, cerca de 100 anos segundo o fabricante. Isto claro, não significa que os CDs feitos com ela durarão todos este tempo, pois temos também a durabilidade da camada reflexiva e condições de armazenagem e conservação. Apenas os CDs dourados usam Phthalocyanine.
Recentemente a Mitsui criou um tipo mais sofisticado de Phthalocyanine chamado de Advanced Phthalocyanine ou de Phthalocyanine tipo 5. Esta nova substância possui uma refração de luz semelhante à da phthalocyanine comum, mas é bem mais durável, chegando perto dos 200 anos. Sua cor também é um pouco diferente, ao invés de transparente ela é verde claro. Esta substância é atualmente usada apenas em mídias verde claro.
A Cyanine foi a primeira substância usada em CDRs, mas possui algumas desvantagens em comparação à phthalocyanine. Sua durabilidade é estimada em 50 anos, e sua cor azulada causa uma diminuição na refração de luz, tornando as mídias incompatíveis com alguns leitores mais antigos e aumentando o número de erros de leitura em outros. Enquanto as mídias douradas feitas de phthalocyanine possuem cerca de 85% da refração de luz dos CDs prensados, as mídias verdes e azuis feitas de cyanine refletem apenas 70% da luz.
Existem dois tipos de cyanine: o que descrevi acima é a formula mais nova, usada atualmente. A cyanine usada até cerca de 2 anos atrás possuía uma fórmula ligeiramente diferente, o que a tornava menos durável. Enquanto a cyanine atual chega a durar mais de 50 anos, a fórmula antiga tinha uma durabilidade estimada em apenas 10 anos.
A Metallized Azo por sua vez é uma substância desenvolvida recentemente. Sua refração de luz é semelhante à da cyanine (apesar de sua coloração ser mais escura), mas sua durabilidade é maior, sendo estimada em 90 anos segundo os fabricantes. Esta substância é usada apenas em mídias de coloração azul, que podem ser distinguidas das azuis feitas de cyanine pela tonalidade mais escura.
Finalmente temos o Formazan, também desenvolvido recentemente. O Formazan combina algumas das características da cyanine e phthalocyanine, possuindo uma durabilidade estimada em cerca de 50 anos e uma refração de luz pouco inferior à da phthalocyanine.

Audio x Dados
Usando um gravador de CD, você pode tanto gravar CDs de dados, quanto CDs de áudio, que poderá tocar em qualquer CD Player.
Existem porém algumas diferenças na leitura de um CD de música quando por um CD-Player ou Diskman.
A velocidade padrão de leitura de um CD de música é apenas 1x, um CD-Player lê os CDs a esta mesma velocidade, e vai tocando a música conforme a lê no CD. Se houver um erro na leitura de algum setor do CD, ele não tentará uma segunda leitura (ate por que não haveria tempo para isso) ele simplesmente ignorará o dado que não pôde ser lido e usará interpolação para encobrir o "buraco". Muitas vezes o remendo feito usando interpolação não é nem percebido, mas outras aparece na forma de um estalo, ruído, distorção no som ou algo parecido. Quanto mais erros de leitura, pior será a qualidade do som.
Para gravar CDs de música as mídias douradas (de phthalocyanine) e verde-claro (de advanced phthalocyanine) são melhores, pois elas apresentam uma refração de luz maior do que as verdes e azuis. Com uma refração de luz maior, fica mais "fácil" para o leitor distinguir entre os 1s e 0s gravados, pois o sinal é mais forte, e consequentemente temos menos erros de leitura. As mídias douradas e verde claro também apresentam incompatibilidade com um número bem menor de leitores, justamente por causa da maior refração de luz.

Durabilidade

Um ponto positivo é a maior vida útil das mídias de phthalocyanine , que com conservação adequada é estimada chega a ser de 200 anos, contra apenas 50 das mídias verdes e azuis. Claro que isso depende também da qualidade da mídia: apenas as de ótima qualidade atingem estas marcas, mídias mais baratas chegam ao cúmulo de não durarem mais que dois ou três meses depois de gravadas, começando a apresentar bolhas na camada superior ou outros problemas que inutilizam o CD gravado. Existem mídias à venda por preços realmente tentadores, já ví algumas marcas à venda por até 60 centavos de dólar, menos de um terço do preço de uma mídia de boa qualidade. Mas, não adianta comprar este tipo de mídia, pois além de perder muitos CDs você enfrentará problemas de compatibilidade, corrupção de dados e durabilidade, ou seja, só terá dor de cabeça.
Se você ainda acha que todos os CDs duram "por toda a vida" veja a ilustração ao lado. A camada reflexiva deste CD oxidou quase que completamente, tornando o CD quase transparente. A própria camada de gravação de deteriorou, formando várias bolhas, que acabaram virando buracos. Este tipo de deterioração pode acontecer tanto com CDs de qualidade muito baixa quanto com CDs de boa qualidade, porém conservados inadequadamente.
Como disse, boas mídias conservadas adequadamente em lugares com temperaturas médias, sem muita umidade e principalmente sem serem expostas diretamente à luz solar podem durar até 200 anos, mas, se você usar mídias de 1 real ou não tomar cuidado com seus CDs, eles podem te deixar na mão depois de pouco tempo.



Um dos principais determinantes da durabilidade do CD é justamente a camada protetora sobre a camada reflexiva.

Alguns fabricantes aplicam apenas uma fina camada de verniz sobre ela, estes CDs apresentam uma face superior mais brilhante e um aspecto frágil. Este tipo de CD é o mais sensível, tanto a arranhões, quanto a luz solar. Outros CDs, geralmente os de boas marcas possuem sobre esta camada de verniz, uma nova camada protetora, destinada a protege-la e facilitar a impressão do CD. Em alguns casos, como nos CDs com tecnologia "Infoguard", são usadas várias camadas protetoras. Quanto maior for a proteção sobre a camada reflexiva, mais resistente será o CD.

A minha experiência prática com gravação de CDs é que independentemente da cor, mídias de boas marcas (veja a seguir), dificilmente apresentam qualquer problema, enquanto mídias sem marca, mais baratas, costumam dar dor de cabeça também independentemente da cor. Em se tratando de mídias graváveis, infelizmente quase sempre a mais cara é melhor.

Reconhecendo mídias
Num CD gravável temos uma pequena área pré-gravada chamada ATIP que armazena várias informações sobre a mídia e sobre o fabricante. Através destes dados é possível descobrir a marca do CD com praticamente nenhuma margem de erro.
Existem alguns programas especializados nesta tarefa. Na minha opinião, o melhor atualmente é o CDR-Identifier, um programa freeware. Clique aqui para baixa-lo (100 KB)
Claro que o programa não é perfeito, é incompatível com alguns modelos de gravadores e não é capaz de reconhecer alguns poucos modelos de mídias, porém na grande maioria dos casos ele faz um ótimo trabalho. Com ele é possível descobrir as marcas tanto de mídias virgens como de CDRs já gravados. Ao baixar ao programa não deixe de dar uma olhada no Read-me para checar quais são os gravadores incompatíveis.

Parte 4: CDs Regraváveis, Cds de 80 Minutos e Oversize

CDs Regraváveis
O gravadores de CD são muito práticos para fazer backups de grandes quantidades de dados, transportar arquivos ou programas, e duplicar CDs de áudio ou dados, tarefas para as quais eles apresentam um excelente custo-beneficio, considerando-se o baixo custo das mídias virgens.
Os CDs graváveis porém, trazem a desvantagem de não permitirem regravação. Se você gravar um CD hoje, e amanhã precisar alterar um único arquivo das centenas que foram gravados, terá que gravar outro disco, não sendo possível alterar somente o arquivo que foi alterado, como fazemos em disquetes ou com o disco rígido. Para solucionar este inconveniente, surgiram os CDs regraváveis, que podem ter seu conteúdo alterado livremente, praticamente com a mesma facilidade que temos com mídias magnéticas como Zips e disquetes.
A mágica é permitida pela substância usada na composição da camada de gravação dos CDs regraváveis. Enquanto em um CD gravável a camada de gravação é queimada pelo laser, tornando-se inalterável após a gravação, a mídia regravável pode ser alterada entre o estado cristalino e o opaco através de laseres de intensidades diferentes. Esta técnica é bem interessante, pois com o laser, o material é fundido, mas de acordo com a temperatura de fusão, ele assume características diferentes ao esfriar. Um temperatura mais alta torna o material opaco, enquanto um laser um pouco mais fraco o faz voltar ao estado original. Segundo os fabricantes, este tipo de mídia pode ser reescrita mais de 1.000 vezes antes de começar a apresentar qualquer problema, mas novamente isto depende da qualidade: algumas mídias começam a apresentar erros depois de poucas regravações.
A princípio, qualquer software de gravação de CDs atual será capaz de trabalhar normalmente com CDs regraváveis. Alguns são tão amigáveis, que permitem gravar arquivos no CR-RW simplesmente arrastando-os dentro do Windows Explorer para o ícone do drive, exatamente como faríamos para gravar arquivos em um disquete.
O maior problema com os CDs regraváveis, porém, é a compatibilidade. Um CD-R reflete mais de 70% da luz que é refletida por um CD prensado, e por isso pode ser lido por praticamente qualquer drive sem muita dificuldade. No caso de um CD-RW, a refração é bem menor, cerca de apenas 20%.Para ler estas mídias o leitor precisa ser equipado com um circuito especial, chamado AGC "automatic gain control", ou controle automático de ganho. Este circuito, que é embutido na cabeça de leitura é capaz de detectar a baixa taxa de reflexão da mídia, e aumentar a intensidade do laser de leitura. Temos então um laser bem mais forte do que o usual, para compensar a baixa reflexão da mídia, fazendo com que o laser refletido tenha uma intensidade parecida com o normal.
Apenas os leitores de CD mais atuais, e mesmo assim nem todos, possuem o AGC, pois este circuito é relativamente caro, fazendo com que muitos fabricantes optem por retira-lo do projeto a fim de produzir leitores um pouco mais baratos. Você pode usar um CD-RW para fazer seus backups, por exemplo, lendo-os posteriormente no próprio gravador, mas talvez tenha que gravar um CD-R para poder transmiti-los a um amigo com um drive de CD-ROM comum.
Além disso, os CDs regraváveis ainda trazem mais alguns inconvenientes. Como a taxa de refração luminosa é bem mais baixa, a leitura do CD é mais difícil, tornando as mídias regraváveis muito mais sensíveis a arranhões, poeira, sujeira, etc. Trabalhando com mídias regraváveis você deverá ser especialmente cuidadoso quanto ao armazenamento.

Outro problema reside na durabilidade, que é muito menor do que a dos CDs convencionais e à sensibilidade dos CDs a leituras sucessivas. Acontece que o material que compõe os CDs regraváveis é sensível à mudanças de temperatura. por outro lado, devido à baixa refração luminosa, o leitor é forçado a utilizar um laser muito mais forte que o normal para lê-los. O resultado é que após ser lido varias vezes, uma mídia regravável começa a apresentar corrompimento nos dados, principalmente mídias de baixa qualidade. Definitivamente as mídias regraváveis não são as mais aconselháveis para guardar dados importantes durante longos períodos.
Muitos usuários preferem usar mídias convencionais para fazer backups ao invés das regraváveis pelo fato de que uma vez gravados os dados você os terá para sempre (pelo menos em teoria, já que dificilmente alguém vive tanto quanto dura um bom CD :-). Se daqui a 10 anos bater uma seção nostalgia e você resolver reler alguns e-mails gravados em um CD bastará coloca-lo na bandeja do leitor, enquanto que se usasse CDs regraváveis provavelmente já os teria apagado e gravado outra coisa por cima a muito tempo.
Antigamente, a taxa de gravação em CDs regraváveis era de no máximo 2x, porém os gravadores mais atuais conseguem velocidades muito maiores, 4x, 6x, 8x, ou até mesmo 12x em alguns modelos. Lembre-se que alé, do gravador, a mídia a ser gravada também precisa suportar estas velocidades mais altas de gravação.
As mídias regraváveis ainda custam bem caro comparado com mídias graváveis comuns, boas mídias custam em torno de 15 a 25 reais por unidade, mas este preço tende a baixar com o amadurecimento e popularização desta tecnologia.

CDs de 80 minutos
O Red Book, especificação original dos CDs, estipula uma distância fixa entre a primeira e a última trilha do CD, porém, permite uma certa flexibilidade na distância entre as trilhas, prevendo tanto mídias de 74 minutos (o mais comum) quanto mídias capazes de armazenar 80 minutos de música.
Os CDs de 80 minutos possuem mais trilhas do que os CDs normais, de 74 minutos, e permitem também que sejam gravados mais dados: 700 MB contra os 650 MB de um CD normal. Como disse, a distância entre a primeira e a última trilha do CD é a mesma, o que muda é apenas a distância entre as trilhas do CD, que passa a ser um pouco menor. Veja que este recurso já é previsto no Red Book original, não é nenhum padrão novo.
Como os CDs de 80 minutos podem ser lidos por praticamente todos os drives de CD, eles vem sendo cada vez mais usados como mídia de jogos e programas, dificultando a pirataria, já que os 700 MB de dados de um CD de 80 minutos não cabem num CD-R normal, dificultando sua duplicação.
Já existem também CD-R de 80 minutos de várias marcas. Estes são suportados por quase todos os gravadores de CD, mas é preciso que o programa de gravação suporte o uso deste tipo de mídia. Alguns programas compatíveis com os CDs de 80 minutos são o Easy CD Creator Deluxe 3.5, CD Wizard Pro 4.65, CDRWIN 3.6, DiscJuggler 1.05.238, Nero Burning Rom 4.0.0.5, Prassi CD Rep Plus 2.0 e WinOnCD 3.5.
Alguns poucos leitores e também alguns gravadores de CD podem apresentar erros de leitura quando usados CDs de 80 minutos. Isto não tem a ver com o fato do aparelho ser recente ou antigo, e sim com características peculiares de cada um. Os gravadores HP 8100i e Sony CRX-100 por exemplo, só são capazes de gravar os primeiros 78 minutos.
Claro que estes dois não são os únicos, mas na maioria dos casos é possível tornar o gravador compatível com uma atualização do firmware do gravador. O firmware é uma espécie de "BIOS" do gravador, uma pequena quantidade de memória flash que armazena várias rotinas de software responsáveis pelo funcionamento do gravador. Você encontrará tanto os arquivos binários quanto o programa de gravação na página do fabricante do seu aparelho. A atualização do firmware envolve alguns riscos, por isso não deixe de ler atentamente as instruções e advertências fornecidas pelo fabricante.

Oversize
O Red Book especifica que além dos 74 ou 80 minutos normais, um CD deve ter uma área de terminação de pelo mais 90 segundos. Esta área de terminação, chamada "Lead Out" abrange as trilhas mais externas do CD, e pelos padrões fica sempre em branco, servido com uma espécie de "capa" para o resto do CD. Apesar do padrão exigir 90 segundos de lead out, geralmente os fabricantes reservam uma área maior, 120, 150 ou até mesmo 180 segundos.
Apesar de pelos padrões o lead out ter que sempre ficar em branco, suas trilhas são perfeitamente utilizáveis para a gravação de dados. Muitos dos gravadores mais modernos são capazes de gravar dados na área de terminação, chegando a 78 minutos de música ou 690 MB de dados nos CDs normais, ou até 83 minutos num CD de 80 minutos. Este recurso é chamado de oversize, ou "acima da capacidade" numa tradução livre.
Nem todos os gravadores de CD suportam o oversize, já que para gravar CDs neste modo, é preciso deslocar o cabeçote de gravação até o final do CD, tarefa para a qual muitos não estão preparados, seja por limitações físicas ou de firmware.
Para gravar CDs com oversize, também é necessário suporte por parte do software de gravação. Apenas programas mais recentes, como o Nero, CDRWIN, Feurio!, Disc Juggler, CD Rep Plus, CD Wizard Pro entre outros possuem este recurso. No Nero por exemplo, a função de oversize é ativada em File/Preferences/Expert Features/Enable Oversize. O maior problema é que estes programas são comerciais, ao contrário de programas mais simples que costumam vir de graça com os gravadores.

Todo CD gravável virgem já vem com algumas informações pré gravadas. Estas informações são chamadas de ATIP, e incluem informações essenciais para que o gravador possa fazer a gravação: a capacidade normal do disco, o fabricante do disco, a formulação física do disco, a velocidade máxima de gravação suportada e o último endereço onde podem ser gravados dados ou seja, a capacidade máxima do disco incluindo o oversize.
Só um gravador de CD-R pode ler o ATIP, um drive de CD-ROM ou CD-Player normalmente não pode, pois não precisa desta informação para ler o CD.
Veja que na ATIP estão indicadas tanto a última trilha do CD onde podem ser gravados dados (a última trilha antes do início do Lead Out), trilha que indica a capacidade normal do CD (por volta de 74 minutos) quanto a trilha onde o lead out termina. Um gravador que não suporte oversize gravaria apenas até o início do lead out, na trilha indicada no ATIP, enquanto um gravador compatível com o recurso de oversize pode ignorar esta indicação e gravar até o final do lead out, usando a capacidade máxima do CD.
Os fabricantes advertem que em alguns casos tentar gravar usando oversize em um gravador não compatível pode até mesmo danificar o drive. Apesar de até agora não ter notícias de nenhum caso de danos, isto indica que assim como outros hacks, como overclock, este não é um recurso aprovado pelos fabricantes.
Mais um problema com o oversize é que muitos leitores de CD-ROM, mesmo alguns dos de 40x mais recentes não são capazes de ler CDs com este recurso, e além disso, a qualidade da mídia na últimas trilhas do CD, aproveitadas para gravar mais dados, costuma ser inferior (já que esta área normalmente não seria usada), ocasionando erros de leitura e diminuindo a confiabilidade do CD.

Parte 5: Configuração do Micro x Buffer Underrum

A gravação de um CD é um processo razoavelmente lento que não pode ser interrompido de maneira alguma, caso contrário, a mídia que está sendo gravada será perdida. O problema que mais atormenta os usuários de gravadores de CD é o famoso "Buffer Underrun", uma situação onde a gravação é interrompida por falta de dados.
Todo gravador de CD possui um pequeno buffer, de 2 ou mesmo 4 MB nos drives mais recentes e 1 MB ou 512 KB em gravadores mais antigos ou de baixa qualidade. Este buffer funciona como uma "poupança" guardando dados que serão usados caso haja qualquer interrupção momentânea no fornecimento de dados para o gravador, evitando a perda da mídia. Assim que o gravador volta a receber dados, o buffer é novamente preenchido, mais ou menos como a represa de uma usina hidrelétrica.
Pode parecer estranho que qualquer micro razoável não seja capaz de fornecer um fluxo de dados de apenas 600 ou 1200 KB/s, sendo que um bom HD é quase 20 vezes mais rápido do que isso, e até uma mísera porta paralela ECP seria capaz de suportar com sobra um fluxo tão pequeno.
O problema neste caso, porém, não tem muito a ver com a velocidade da transmissão de dados, e sim com a capacidade de transmitir dados do HD para o gravador de forma ininterrupta. Neste aspecto, os HDs e gravadores de CD SCSI são muito melhores do que os IDE, já que o SCSI permite uma transferência de dados muito mais estável e menos dependente da disponibilidade do processador.

O ideal seria o uso de um gravador SCSI e de um HD SCSI, o que asseguraria gravações a 4x ou mais sem problemas de buffer underrun. A segunda opção seria um gravador SCSI e um HD IDE razoavelmente rápido, o que também geraria bons resultados.
Gravadores SCSI ainda são um pouco mais caros do que os IDE, mas sinceramente esta diferença vale à pena, principalmente por que quase todos os gravadores SCSI já acompanham placas SCSI, dispensando qualquer despesa adicional. Tendo uma placa SCSI instalada, você terá também a possibilidade de instalar HDs e outros periféricos SCSI no micro, complementando o bom negócio.
Caso você tenha decidido comprar um gravador IDE, ou já possua um, nossa terceira opção será instalar o gravador sozinho na IDE secundária, deixando o HD também sozinho na IDE primária. Desde que o seu HD seja razoavelmente rápido, e o gravador possua pelo menos 2 MB de buffer, esta combinação também vai funcionar sem problemas, apesar de você talvez perder uma mídia ou outra esporadicamente caso utilize outros programas no micro enquanto estiver gravando os CDs. A menos que você tenha mídias sobrando, de modo algum instale o gravador na mesma porta IDE do disco rígido, pois isto causará interrupções nas transferências de dados que colocarão a gravação em risco.
Em qualquer uma das situações acima, procure de desativar todos os programas residentes antes de fazer as gravações, especialmente o antivírus, pois eles atrapalham e muito as gravações, ajudando a causar esvaziamento do buffer.
Quanto maior for o buffer, maior é a segurança. Justamente por isso, muitos dos gravadores mais modernos trazem 4 MB de buffer, o que garante gravações mais seguras. 4 MB de buffer garantem cerca de seis segundos de dados numa gravação a 4x, tempo suficiente para abrir um arquivo grande do Word por exemplo.
Também é possível fazer gravações apartir do CD-ROM, facilitando por exemplo a tarefa de duplicar um CD qualquer. Você sempre ouviu que o CD-ROM não deve ser instalado na mesma porta IDE do disco rígido, e realmente isto está corretíssimo. Porém, se você tiver um CD-ROM IDE, um disco rígido IDE e para completar um gravador também IDE, o mais aconselhável caso você pretenda fazer gravações apartir do CD-ROM seria instala-lo na IDE primária junto com o HD, deixando o gravador sozinho na IDE secundária. Neste caso poderíamos fazer tanto gravações HD > gravador quanto gravações CD > gravador com mais segurança, pois em ambos os casos o gravador estaria instalado numa porta IDE diferente da do dispositivo que fornecerá os dados.
Apesar de mais raros, existem também gravadores externos, que utilizam a porta paralela. Apesar da portabilidade, estes drives acabam sendo os piores, pois além de lenta, a porta paralela consome muitos recursos do processador durante as transferências de dados, o que acaba por causar muitos problemas de buffer underrun. Evite ao máximo comprar gravadores paralelos. Se por acaso você já tiver um, as dicas para conseguir fazer boas gravações são configurar a porta paralela como "ECP" no Setup, desativar todos os programas que estejam rodando em paralelo, principalmente o antivírus, desabilitar a proteção de tela e não utilizar o micro para mais nada enquanto estiver gravando os CDs.

Outra opção de gravador portátil atualmente são os gravadores USB. Como todos os demais periféricos USB, estes ainda não são muito comuns. A porta USB é uma interface muito mais adequada do que a porta paralela para a gravação de CDs: é mais rápida e principalmente, consome muito menos recursos do processador durante as transferências de dados. Os gravadores USB costumam funcionar muito melhor do que os paralelos, e como a porta USB permite um barramento de 12 megabits, ou 1,5 MB/s é possível gravar a 4 ou 6x sem problemas, apesar da maioria dos gravadores permitir apenas 4x.
A instalação também é simples, depois de conectar o aparelho basta ligar o micro que o Windows irá detectá-lo automaticamente, bastará então fornecer os drivers do fabricante. Só será preciso fornecer os drivers da primeira vez que usar o aparelho. Ao usar o um gravador USB evite ligar outros periféricos na mesma saída USB. Como as placas mãe vem com duas saídas, reserve uma para o gravador e ligue todos os demais periféricos na outra.
Seja qual for a configuração que estiver utilizando, antes de gravar seu CD, é aconselhável desfragmentar o disco rígido, pois com os dados gravados sequencialmente no disco, o tempo de acesso aos dados e a taxa de transferência serão melhores, diminuindo muito a frequência de ocorrência de buffer underrun.
Caso você esteja gravando em velocidades mais altas, 4x ou mais, evite usar o micro enquanto estiver gravando CDs, pois qualquer acesso ao disco rígido pode resultar no esvaziamento do buffer, especialmente em gravadores IDE com 1 MB ou menos de buffer. Lembre-se que gravando a 4x, 1MB de buffer correspondem a apenas segundo e meio de dados. Abrir um programa pesado ou um arquivo grande pode estrangular a transferência de dados durante um tempo razoável, mais do que suficiente para esvaziar o buffer, principalmente se você estiver à mercê da porca multitarefa do Windows 95/98. Definitivamente, para gravar CDs o sistema operacional mais recomendável é o Windows 2000.
Dependendo da configuração da sua máquina, e principalmente da velocidade do disco rígido, pode ser que seja possível rodar outros programas pesados, ou mesmo jogos durante a gravação dos CDs, sem perder mídias. Neste caso, você saberá apenas depois de tentar, mas a maioria dos programas de gravação permitem executar uma simulação antes de partir para a gravação do CD. Nesta simulação, são reproduzidas todas as etapas da gravação, porém nenhum dado é gravado no disco, permitindo que você faça várias experiências sem arriscar perder mídias. Tenho um amigo que joga até Quake 3 enquanto grava CDs e jura que até hoje não perdeu nenhuma mídia por causa disso, como disse, vai da configuração do seu micro.
Se você estiver usando o Windows 2000, uma dica é pressionar crtl + alt + del para abrir o gerenciado de tarefas. Localize o programa de gravação e mude a prioridade de "Normal" para "Alta", isto ferá com que o Windows dê prioridade para o programa de gravação, diminuindo a possibilidade de perder a mídia por causa de outros aplicativos.
Seguindo todos estes cuidados é possível gravar CDs praticamente em qualquer micro, até mesmo num 486. Aliás se você costuma gravar muitos CDs, esta pode ser uma boa opção para gravar os CDs sem ocupar o micro principal; comprar um outro micro, um Pentium 166 ou algo parecido e reserva-lo para a gravação dos CDs. Como disse a maioria dos problemas de buffer underrun surgem ou devido a erros de configuração ou a programas sendo executados durante as gravações; dedicando um micro exclusivamente a esta tarefa, a possibilidade é muito menor.

Se mesmo com todos estes cuidados você ainda está tendo problemas de buffer underrun (isso pode acontecer caso seu gravador possua um buffer pequeno, ou caso seu HD seja muito lento, por exemplo) você pode diminuir a velocidade da gravação, de 4x para 2x ou mesmo 1x. Com uma velocidade menor, o buffer demorará muito mais para se esvaziar, e o problema será resolvido. Vale lembrar que mídias de má qualidade muitas vezes dão problemas caso sejam gravadas a 4x ou mais. Para gravar nesta velocidade é imprescindível que a mídia seja de boa qualidade.

Parte 6: Gravando CDs [parte 1]

Gravando CDs
Existem inúmeros programas de gravação de CDs, mas para não alongar muito, usarei aqui apenas o Easy CD Creator 3.5, que é um dos programas mais usados. Em outros programas a interface será diferente, mas as opções serão parecidas.
O Easy CD é capaz de reconhecer praticamente todos os gravadores de CD-ROM, bastando apenas no caso de gravadores SCSI que a placa SCSI esteja corretamente instalada. A mesma regra vale para outros programas de gravação. Salvo algum tipo de incompatibilidade entre o gravador e o programa, qualquer programa de gravação será capaz de reconhecer e utilizar o gravador, desde que ele esteja corretamente instalado.
Como o próprio nome sugere, o Easy CD Creator é um programa extremamente intuitivo e fácil de usar. Logo ao abrir o programa, você receberá uma mensagem de boas vindas, perguntando se deseja gravar um CD de dados ou um CD de música. Como já vimos, o formato de gravação de um CD de dados e outro de música é diferente, já que num CD de dados são necessários códigos de correção de erros.

Gravando CDs de dados
Escolhendo a opção de gravar um CD de dados, você deverá fornecer a localização dos arquivos ou pastas a serem gravados, basta selecionar o arquivo e clicar em "Add Now". Para selecionar vários arquivos basta usar a tecla Shift. Você poderá usar arquivos espalhados pelo HD, ou mesmo gravar arquivos direto de um leitor de CD-ROM que também esteja instalado em seu sistema. Usar arquivos espalhados pode causar problemas de buffer underrun, principalmente caso você esteja gravando a 4x. Neste caso, procure juntar todos os arquivos uma única pasta, desfragmentar o disco, e fazer a gravação a partir dela.
Clicando em "Next" Surgirá mais uma mensagem, desta vez perguntando se você deseja executar um teste de gravação antes de gravar os dados no CD. No teste de gravação são executadas todas as etapas da gravação, porém nenhum dado é gravado no disco, permitindo diagnosticar problemas de buffer underrun ou outros inconvenientes sem arriscar perder a mídia. Este teste tem a mesma duração da gravação, ou seja, de 15 minutos a uma hora, dependendo da velocidade escolhida.
Clicando novamente em "Next" surgirá mais uma caixa de mensagem, perguntando se você deseja iniciar a gravação imediatamente, ou se deseja configurar mais alguma coisa e deixar para gravar depois. Se esta é a primeira vez que você está usando o CD Creator, clique em "Create Later" para acertar algumas configurações antes de começar a gravação.
Na tela principal do programa, clicando em "File" e em seguida em "CD Layout Properties" você entrará em um menu de configurações, onde poderá escolher o nome do CD-ROM (o nome que aparecerá quando o CD for acessado através do Windows Explorer), o formato de gravação entre ISO9660 e Joliet, e a maneira como os dados serão gravados no disco.
O ISO9660 é um formato universal, uma espécie de html para CD-ROMs. Gravando seu CD neste formato, os dados poderão ser lidos em qualquer sistema operacional, como Mac OS, OS/2, UNIX, Linux e outros. Porém, neste formato, o nome dos arquivos é limitado a apenas 8 caracteres, com uma extensão de 3 caracteres, como no DOS.
Já no Joliet, os arquivos poderão conter até 63 caracteres, incluindo espaços e caracteres especiais. Se o CD-ROM for ser lido em máquinas rodando o Windows 95/98/NT/2000, escolha o Joliet, pois ele permite arquivos com nomes longos.
Nesta mesma janela, temos mais três opções relacionadas à formatação do CD a ser gravado. Escolhendo a opção "Preserve normal file ordering", os arquivos serão gravados no CD-R exatamente na mesma ordem que se encontravam no disco rígido ou CD-ROM. A opção "Re-order files to maximize disc creation speed" reorganiza a ordem dos arquivos de modo a permitir uma gravação um pouco mais rápida, sem que seja alterada a estrutura lógica do diretório. Por último, a opção "Re-order files to maximize usable disc space" serve para reorganizar os arquivos de modo usar o espaço do CD o mais racionalmente possível. Geralmente esta opção consegue liberar alguns Kbytes de espaço no CD.
Na prática não existe quase diferença entre estas três opções, nada de incompatibilidades ou ganhos significativos de espaço livre ou velocidade, escolha a opção que lhe parecer melhor.
Alguns programas de gravação como o Packet CD e o Direct CD 3.0, oferecem a opção de gravar os dados no CD de forma compaqtada. O algoritmo de compactação é semelhante ao utilizado pelo Duble Space do Windows, isto significa que a taxa de compressão depende do tipo de arquivos que for gravar. Gravando arquivos de texto, documentos do Word, executáveis imagens em BMP, etc. você terá um grande aumento no espaço útil do CD, porém gravam arquivos já compaqtados, imagens em JPEG, etc. o ganho será quase nenhum. Mas, infelizmente, o Easy CD Creator 3.x não suporta este recurso

Na Guia "Audio Setings" você pode especificar o título do CD e o nome do artista, que serão exibidos quando o CD for tocado usando o CD Player do Windows por exemplo.
Voltando para a Janela principal do programa e entrando em "Tools" e "System Tests" você encontrará vários testes úteis para conhecer as taxas de transferência permitidas por seu HD e CD-ROM, determinar quais velocidades de gravação podem ser usadas com segurança.
Em "Transfer Rate" você poderá testar de forma independente todos os seus discos para determinar as velocidades de transferência permitidas por cada um. Caso além do gravador você possua um CD-ROM comum, você poderá gravar dados ou música diretamente a partir dele. Use o teste para saber quais são as taxas de transferência alcançadas.
Executando o teste em um micro com um HD IDE de 2,6 GB, obtive para o disco rígido, 1539 KB/s lendo arquivos pequenos e, 3072 KB/s lendo arquivos grandes, o que a princípio me permitiria gravar a até 4x sem problemas. O CD-ROM de CD-ROM 32x Cyberdrive já ficou bem atrás, conseguindo apenas 514 KB/s lendo arquivos pequenos e 682 KB/s lendo arquivos grandes. Caso fosse gravar a partir do CD-ROM, poderia gravar a 2x, mas gravando a 4x enfrentaria problemas de buffer underrun.
Outro teste para o CD-ROM é a velocidade de extração de áudio, que pode ser feito na guia "Audio Extraction". A extração digital de áudio permite extrair as faixas de um CD de música digitalmente através da porta IDE (ou SCSI). Nem todos os CD-ROMs possuem este recurso, que permite duplicar um CD de áudio gravando os dados diretamente do CD-ROM para o CD-R. Executando o teste, fui notificado que meu CD-ROM possui extração digital de áudio, e que a velocidade fica em 690 KB/s, o que me permitiria duplicar um CD de música a 4x com uma pequena margem de segurança.
O último teste, encontrado na guia "Recorder" serve para testar o seu gravador, descobrindo em quais velocidades (1x, 2x, 4x etc.) ele é capaz de gravar, fazendo também um breve teste de gravação em cada velocidade para detectar possíveis erros. Para executar este teste é preciso colocar um CD-R virgem no gravador, mas não se preocupe, pois nenhum dado será gravado no disco.


Parte 7: Gravando CDs [parte 2]

Depois de terminar os testes e decidir em que velocidade vai gravar seu CD, basta fechar a janela de testes e clicar no botão com a bolinha vermelha para começar a gravação. Surgirá um último menu que lhe permitirá dar uma revisada nas configurações da gravação e mudar o que desejar.
Na guia general, você poderá escolher qual gravador vai usar (caso tenha mais de um instalado), a velocidade em que será feita a gravação (2x, 4x, etc.). Também poderá escolher entre fazer a simulação de gravação e, caso não haja nenhum problema, começar a gravação (Test And Create CD), gravar o CD diretamente, sem executar o teste (Create CD) ou apenas executar o teste de gravação, sem gravar o CD (Test Only).
Na guia "Advanced" você poderá alterar a forma de gravação, escolhendo entre três opções:
Escolhendo a opção "Leave Session Open" que poderá ser usada apenas em CDs de áudio, o CD ficará aberto, permitindo que você insira mais faixas quando quiser, até esgotar a capacidade do CD. O inconveniente deste método, é que, enquanto o CD não for fechado você não poderá ouvi-lo em nenhum CD-Player, apenas no gravador. Quando for gravar a última faixa, escolha a opção "Close Disc" para fechar o CD e poder ouvi-lo onde quiser. A partir daí você não poderá gravar mais nada no CD.

A segunda opção, "Close Session and Leave Disk Open", é o defaut tanto para CDs de dados quanto de áudio, permitindo fechar a seção, mas deixar o disco aberto. Desta maneira, o disco poderá ser lido em qualquer drive de CD-ROM, e ao mesmo tempo você poderá adicionar mais dados quando quiser, na forma de uma nova seção. O problema em usar este modo é que temos uma grande perda de espaço útil: são perdidos 25 MB para abrir a primeira seção e mais 15 MB para cada seção subsequente. Isto significa que ao gravar um CD com 5 sessões, o espaço útil do CD será reduzido em 85 MB.
Outro problema com este método é que alguns drives de CD, geralmente os mais antigos, não são capazes de ler CDs multiseção.
Finalmente, temos a opção "Close Disk" na qual o disco será fechado assim que a gravação atual terminar. Esta opção é a ideal caso você não pretenda acrescentar mais dados no disco, pois evita perda de espaço e torna o CD mais compatível.
Na última guia "Summary", será mostrado um resumo das configurações de gravação; caso alguma coisa esteja errada, basta clicar em "cancel" e alterar a configuração que desejar.
Depois de revisar as configurações, basta clicar em OK para iniciar a gravação; será mostrado um indicador de progresso com a quantidade de dados gravados e o tempo restante para o término da gravação. Clicando em "details" você poderá acompanhar o estado do buffer; o ideal é que durante a gravação ele se mantenha a 100%.

Gravando CDs de áudio
Para gravar um CD de áudio, basta escolher a opção "Audio CD" na tela de boas vindas do Easy CD. Caso além do gravador, você tenha instalado um drive de CD-ROM com capacidade de fazer extração de áudio digital, você poderá duplicar CDs gravado direto do drive de CD-ROM. Para isso, basta selecionar todas as trilhas e clicar no botão "Add Now". Não deixe de executar antes o teste de extração de áudio para verificar a velocidade de extração de áudio alcançada pelo seu CD-ROM, lembre-se a velocidade de extração de áudio é diferente da velocidade nominal do CD-ROM, muitos aparelhos de 32x ou mais mal conseguem fazer extração a 2x. Se você não possui um segundo drive, ou se deseja fazer uma coletânea com músicas de vários CDs, você também poderá gravar as músicas no disco rígido na forma de arquivos WAV, para depois gravá-las no CD-R.
Você poderá gravar não somente músicas, mas qualquer arquivo sonoro com extensão WAV, como gravações de voz feitas no gravador de som do Windows.
Para ripar as músicas, ou seja, gravá-las no disco rígido, basta selecionar a opção "Create CD Later" e na tela principal do Easy CD, clicar com o botão direito sobre a música a ser ripada e em seguida em "Pre-record to Wav file". Tanto faz ripar as músicas a partir de um drive de CD-ROM ou usar o próprio gravador, a única diferença é um Drive de CD-ROM 32 ou 40x geralmente será bem mais rápido.
Depois que tudo estiver pronto, basta criar um novo layout de CD de áudio, e adicionar os arquivos WAV a serem gravados. Você poderá gravar até 74 minutos de áudio em cada CD virgem.
Também é possível gravar músicas apartir de discos de vinil ou fitas K-7 comuns, bastando ter instalada uma placa de som. Usaremos para isso o CD Spin Doctor.
Este programa faz parte da versão "deluxe" do Easy CD. A versão que normalmente vem de brinde junto com os gravadores é a versão "Lite", que possui os mesmos recursos, porém não traz alguns acessórios, entre eles o próprio Spin Doctor. A versão deluxe ser comprada.

O primeiro passo é conectar seu aparelho de som à entrada line-in da placa de som do micro. Para isso você precisará de uma cabo P2 estéreo x RCA, este cabo também é utilizado para ligar Diskmans ou Walkmans a aparelhos de som, e poderá ser encontrado sem muita dificuldade em casas de equipamentos sonoros. A versão original do Easy CD Deluxe já acompanha um cabo adequado.

Depois de conectar o aparelho ao micro, basta clicar no botão 1 do Spin Doctor e selecionar a fonte de gravação, que poderá ser uma fita K-7, um disco de vinil, ou mesmo um CD-ROM que não possua extração digital de áudio.
Clique agora no botão 2 do Spin Doctor, "Music Destination", e escolha gravar música na forma de um arquivo WAV no disco rígido.

Basta agora clicar no botão 3 "Record to Disk" para começar a gravação. Após terminar, basta voltar ao Easy CD Creator para gravar as faixas no CD, lembrando que você poderá gravar até 74 minutos de áudio, divididos em no máximo, em 99 faixas em cada CD.
Mais uma possibilidade é gravar arquivos de música MP3 ou VQF conseguidos pela Internet em um CD de áudio, que poderá ser ouvido em qualquer CD-Player. Para isso você deverá primeiro converter o arquivo para WAV, já que somente este formato é compatível com CDs de áudio. No MP3.com, site encontrado no endereço http://www.mp3.com, você encontrará vários programas que fazem esta tarefa, muitos inclusive gratuítos.

10 SETUP

Parte 10: Setup

Parte 1: Introdução

Dizemos que o Bios é a primeira camada de software do sistema, quando o micro é ligado, o Bios é a primeira coisa a ser carregada. A função do Bios é configurar vários recursos da placa mãe, principalmente os endereços de IRQ e DMA usados pelos periféricos instalados, e em seguida dar a partida no micro, carregando o sistema operacional e passando para ele o controle do sistema.
O Setup por sua vez é um pequeno programa que permite configurar o Bios. A função da bateria da placa mãe é justamente manter as configurações do Setup quando o micro é desligado. Para acessar o Setup basta pressionar a tecla DEL durante ca contagem de memória. Em algumas placas mãe é preciso pressionar a tecla F1, ou alguma outra combinação de teclas. Em caso de dúvida consulte o manual.
Se você, por exemplo, desabilitar a porta do mouse dentro do Setup, ele não irá funcionar dentro do Windows. A porta será reconhecida, mas vai aparecer com uma exclamação no gerenciador de dispositivos, indicando que não está funcionando, e assim por diante. Por aí da pra ter uma idéia de como configurações erradas no Setup podem causar dor de cabeça.
A algum tempo atrás eu vi um exemplo prático disso num Pentium 166 que estava extremamente lento. Entrando no Setup foi fácil descobrir o problema. alguém havia desabilitado o cache L2 da placa mãe, uma verdadeira sabotagem :-) Num outro caso semelhante haviam setado a porta IDE do disco rígido como Pio Mode 0, este é o modo de operação mais lento, transmitindo apenas 3.3 MB/s, sabotando completamente o desempenho do disco rígido e consequentemente o desempenho global. Configurando corretamente a opção, como UDMA 33 (o máximo permitido pela placa) o desempenho voltou ao normal.
Quando você instalar um modem que entra em conflito com o mouse, ou com a segunda porta serial, e você não souber o esquema de jumpers para alterar o endereço do modem, você também vai poder resolver o problema facilmente, simplesmente entrando no Setup e mudando o endereço da porta serial que estiver em conflito com ele.
Este curso destina-se a lhe apresentar as principais opções que podem ser configuradas através do Setup, lhe dando embasamento técnico para resolve este tipo de problema. As opções do Setup variam muito de placa para placa, por isso é provável que muitas das opções que cito aqui não estejam na sua placa mãe, ou mesmo que apareçam algumas opções que não estejam aqui.
De qualquer forma, este curso dará uma boa base para configurar qualquer tipo de placa mãe. Na dúvida consulte o manual da placa, quase sempre ele traz descrições das opções, assim como algumas sugestões de configuração.
Deixarei de lado propositadamente, muitas opções que apesar de continuarem presentes no Setup de muitas placas, já tornaram-se obsoletas, não interferindo no comportamento dos micros atuais.

Parte 2: Sessôes do Setup

Abaixo estão dois screenshoots de telas principais de dois programas de Setup, um com interface texto, o mais comum atualmente e outro com a interface gráfica da AMI.

Veja que apesar da diferença estética, ambos são divididos nas mesmas sessões básicas. Cada seção armazena as opções relacionadas com um tema em especial, confira:

Standard CMOS Setup (Standard Setup)
Configuração do drive de disquetes, data e hora e do disco rígido.

BIOS Features Setup (Advanced CMOS Setup)
Aparece bem abaixo da primeira opção. Este menu armazena opções como a seqüência de boot, se o micro inicializará pelo HD ou pelo drive de disquetes, por exemplo, e também a opção de desabilitar os caches L1 e L2 do processador.
Algumas opções podem aparecer com nomes diferentes, dependendo da marca e do modelo do BIOS. A opção "CPU Internal Cache", por exemplo, aparece em alguns BIOS como "CPU Level 1 Cache" ou "L1 Cache". Em casos como este, usarei o nome mais comum da opção, colocando os demais entre parênteses.

Chipset Features Setup (Advanced Chipset Setup)

Esta seção armazena opções relacionadas com o desempenho da memória RAM e da memória cache. Em placas mãe antigas, onde o cache L2 ainda fazia parte da placa mãe, esta seção trazia uma opção que permitia selecionar a velocidade de funcionamento do cache da placa mãe. Nas placas atuais, onde a freqüência de operação do cache L2 diz respeito apenas ao processador, as opções mais importantes localizadas nessa seção dizem respeito à memória RAM.


PCI / Plug and Play Setup
Nesta seção, você pode configurar manualmente os endereços de IRQ e DMA ocupados pelos periféricos. Mas, se todas as placas mãe atuais são plug and play, por que ainda existe este tipo de opção? O problema surge se você for instalar uma placa de som, rede, modem, ou qualquer placa antiga, que não seja plug and play. Estas placas antigas, também chamadas de periféricos de legado, não aceitam que o Bios determine quais endereços devem ocupar, elas simplesmente invadem o endereço para o qual estejam configuradas.
Já que não se pode vender o inimigo, o jeito é fazer um acordo com ele. Neste caso você deve entrar nesta seção do Setup e reservar os endereços de COM e IRQ ocupados pela placa antiga. Se por exemplo cair nas suas mãos uma placa de som antiga, que use o IRQ 5 e o DMA 1, selecione para os dois endereços a opção "Legacy/ISA", isto orientará a placa mãe a deixar estes endereços vagos para serem usados pela placa de som.
Naturalmente você só precisará se preocupar com esta seção ao mexer com equipamentos antigos, ao montar um micro novo você nem precisará lembrar que ela existe, bastará manter os valores defaut para as opções. Além da configuração manual dos endereços, esta seção contém opções que permitem resolver muitos conflitos de hardware que podem vir a surgir.

Power Management Setup
Aqui estão reunidas todas as opções relacionadas com os modos de economia de energia. Estas opções, de desligamento do monitor, disco rígido, modo standby, etc. podem ser configurados dentro do Windows, por isto não existe necessidade de configura-las aqui no Setup. Caso a sua placa mãe tenha sensores de temperatura do processador, de rotação do cooler, ou das voltagem de saída da fonte de alimentação, todos os dados aparecerão dentro dessa seção, do lado direito da tela.

Integrated Peripherals (Features Setup)
Esta é uma das sessões mais úteis atualmente. Aqui você pode desabilitar qualquer um dos dispositivos da placa mãe, incluindo as portas IDE, a porta do drive de disquetes, porta de impressora, portas seriais etc., além de configurar algumas outras opções e os endereços de IRQ ocupados por estes dispositivos.

IDE HDD Auto Detection (Detect IDE Master/Slave, Auto IDE)

Ao instalar um disco rígido novo, não se esqueça de usar esta opção para que o Bios o detecte automaticamente.


Parte 3: Standard CMOS Setup (Standard Setup)

Esta é a parte mais básica do Setup. São configurados aqui basicamente o tipo de drive de disquetes usado, HD e a opção Halt On, que interrompe a inicialização do micro caso seja detectado algum dos problemas especificados.

Hard Disks

Este item do Setup mostra os discos rígidos que estão instalados no computador. Para detectar os discos instalados, basta usar a opção de IDE HDD Auto-Detection que se encontra na tela principal do Setup.
Geralmente, este item não aparece exatamente com o nome "Hard Disks". Nos BIOS Award com interface modo texto por exemplo, aparece na forma de uma tabela que mostra os parâmetros de cada disco instalado.
Nos BIOS AMI com interface gráfica, geralmente temos este item subdividido em Primary Master, Primary Slave, Secondary Master e Secondary Slave, cada um exibindo as informações de um disco em particular.
Apesar de não ser recomendável, você pode configurar seu disco manualmente. Neste caso, você deverá fornecer o número de cabeças de leitura (Head), cilindros (Cyln), setores do disco (Sect), além do cilindro de pré-compensação de gravação (WPcom) e a Zona de estacionamento das cabeças de leitura (LZone). Você pode fazer as modificações através da opção Detect IDE HDD encontrada na tela principal do Setup.
Existem também tipos pré-definidos de discos, que geralmente vão do 1 ao 46. Antigamente, existiam poucos tipos de discos rígidos, bastando configurar aqui o modelo correspondente. Naquela época ainda não existia a opção de IDE HDD Auto-Detection, mesmo por que nem existiam discos IDE :-). Nos manuais desses discos mais antigos, existiam instruções como "Definir este disco como tipo 21 no Setup". Estas opções são herdadas de BIOS mais antigos, com o objetivo de manter compatibilidade com esses discos obsoletos, não sendo utilizáveis em nenhum disco atual.

Floppy Drive A
Esta é a manjada opção de configuração do drive de disquetes. Caso o micro não tenha um, não se esqueça de configura-la como disabled.

Halt On
Aqui podemos indicar qual procedimento o BIOS deverá tomar, caso sejam detectados erros de hardware durante o POST. Ao ser encontrado algum conflito de endereços (do modem com o mouse por exemplo), o sistema poderá parar a inicialização e exibir na tela uma mensagem com o endereço em conflito, para que possamos tentar resolvê-lo, ou mesmo ignorar o erro e tentar inicializar o sistema, ignorando os problemas. As opções aqui são:
All Errors: A inicialização será interrompida caso exista qualquer erro grave na máquina: teclado não presente, configuração errada do tipo de drive de disquetes instalado ou mesmo um conflito entre dois dispositivos.
No Errors: O BIOS ignorará qualquer erro e tentará inicializar o computador apesar de qualquer configuração errada ou conflito que possa existir.
All, but Keyboard: A inicialização será interrompida por qualquer erro, menos erros relacionados com o teclado. Mesmo que o teclado não seja encontrado, o sistema inicializará normalmente.
All, but disk: Apesar de inicialização poder ser interrompida por qualquer outro erro, serão ignorados erros relacionados com o drive de disquetes.
All, but disk/Key: Serão ignorados erros relacionados tanto com o drive de disquetes, quanto com o teclado.


Parte 4: BIOS Features Setup (Advanced CMOS Setup)

Virus Warning (Anti-Virus)
Esta é uma proteção rudimentar contra vírus oferecida pelo BIOS. O BIOS não tem condições de vasculhar o disco procurando por arquivos infectados, como fazem os antivírus modernos, mas ativando esta opção ele irá monitorar gravações no setor de boot do HD, também chamado de trilha MBR, onde a maioria dos vírus se instala. Caso seja detectada alguma tentativa de gravação no setor de boot, o BIOS irá interceder, interrompendo a gravação e exibindo na tela uma mensagem de alerta, perguntando se deve autorizar ou não a gravação.

O problema em ativar esta opção, é que sempre que formos alterar o setor de boot, editando as partições do disco, formatando o HD, ou mesmo instalando um novo sistema operacional, o BIOS não saberá tratar-se de um acesso legítimo ao setor de boot, e exibirá a mensagem, o que pode tornar-se irritante. Hoje em dia, considerando que quase todo mundo já mantém um antivírus instalado, esta opção acaba servindo mais para confundir usuários iniciantes ao se reinstalar o Windows, o melhor é desabilita-la, principalmente em micros de clientes.

CPU Internal cache (CPU Level 1 cache, L1 cache)

Esta opção permite habilitar ou desabilitar o cache interno do processador, ou cache L1. Claro que o recomendável é manter esta opção ativada, a menos que você queira propositadamente diminuir o desempenho da máquina, rodar algum programa de diagnóstico que recomende desabilitar a opção, ou suspeite de algum tipo de defeito.

CPU External cache (CPU Level 2 cache, L2 cache)

Aqui temos a opção de desativar o cache L2, encontrado na placa mãe ou integrado ao processador. Claro que normalmente ele deve ficar ativado, pois a falta do cache L2 causa uma perda de performance de 40% a 70%, dependendo do processador. Similarmente ao cache L1, alguns programas que testam o hardware pedem que ele seja desabilitado durante a checagem.
Algumas vezes, o cache L2 da placa mãe é danificado, fazendo com que o micro passe a apresentar travamentos. Neste caso, uma opção é desativá-lo para solucionar o problema, sacrificando a performance. Falhas no cache L2 são razoavelmente comuns em placas mãe já com bastante uso, não sendo raros também os casos onde são danificados com eletricidade estática por alguém mexendo sem cuidado no hardware do computador. No caso dos processadores atuais, onde o cache é integrado no próprio núcleo do processador, os defeitos são muito mais raros, mas ainda podem ocorrer.

CPU L2 Cache ECC Checking
Todos os processadores Intel apartir do Pentium II 350, assim como os processadores Athlon e Duron suportam este recurso, que permitem corrigir erros nos dados armazenados no cache L2. Manter esta opção ativada, num processador compatível, aumenta substancialmente a confiabilidade do micro.

Processor Number Feature

O número de identificação é um polêmico recurso encontrado no Pentium III e nos Celerons mais recentes, que consiste em incluir um número de identificação no processador. O objetivo seria possibilitar uma maior segurança nas transações online, mas o recurso causou tanta confusão que nunca chegou a ser usado para este propósito. Esta opção permite desabilitar o número, o que é recomendável para quem se preocupa com sua privacidade online.

Quick Power On Self Test (Quick Boot)

Ativando esta opção o boot do micro será realizado mais rapidamente, mas alguns erros não serão detectados.

Boot Sequence

Durante o processo de boot, o BIOS checa todos os drives disponíveis no sistema, tanto HDs quanto disquetes e até mesmo CD-ROMs. Após sondar para descobrir quais estão disponíveis,

o BIOS procura o sistema operacional, passando para ele o controle do sistema. Esta opção permite escolher a seqüência na qual os drives serão checados durante o boot:
A, C: Esta é a opção mais comum. O BIOS irá checar primeiro o drive de disquete à procura de algum sistema operacional e, caso não encontre nada, procurará no disco rígido. Caso você escolha esta opção, jamais poderá deixar um disquete no drive quando for inicializar o sistema, pois, caso contrário, o BIOS tentará sempre dar o boot através dele,

C, A: O disco rígido será checado primeiro, e em seguida o drive de disquete. Selecionando esta opção, o boot demorará algumas frações de segundo a menos e você poderá esquecer disquetes dentro do drive, já que o boot será sempre dado através do disco rígido.
C only: Será checado somente o disco rígido. Quando for necessário dar um boot via disquete, será preciso entrar novamente no Setup e mudar a opção para A, C.
BIOS mais recentes também suportam boot através de um CD-ROM, o qual deverá estar obrigatoriamente ligado numa controladora IDE, pois o BIOS não tem condições de detectar um CD-ROM antigo, ligado em uma placa de som. Neste caso, além das opções de seqüência de boot anteriores, apareceriam opções como "A, C, CD-ROM" ou "CD-ROM, C, A".

1st Boot, 2nd Boot, 3rd Boot e 4th Boot

Esta opção equivale à anterior, mas é encontrada em BIOS AMI. Basta configurar a ordem da maneira mais conveniente, escolhendo entre drive de disquetes, HD e CD-ROM.

Try other Boot Devices

Ao ser ativada esta opção, caso não seja capaz de encontrar algum sistema operacional nos drives de disquetes ou discos rígidos IDE instalados, o BIOS irá procurar também em outros dispositivos, como discos SCSI, drives LS de 120 MB, Zip drives padrão IDE ou discos removíveis que estejam instalados. O suporte a estes dispositivos, depende do nível de atualização do BIOS.

Boot UP Num Lock Status

A tecla Num Lock do teclado tem a função de alternar as funções das teclas teclado numérico, entre as funções de Home, Page Down, Page Up, End, etc., e os números de 0 a 9 e operadores matemáticos. Esta opção serve apenas para determinar se a tecla Num Lock permanecerá ativada (on) ou desativada (off) quando o micro for inicializado.

Boot UP System Speed (CPU Speed at Boot)

Esta é uma opção obsoleta, que se destina a manter compatibilidade com algumas placas de som e rede ISA, muito antigas. O melhor é escolher a opção "High" para que o Boot seja mais rápido.

IDE HDD Block Mode

Esta opção é muito importante. O Block Mode permite que os dados do HD sejam acessados em blocos, ao invés de ser acessado um setor por vez. Isto melhora muito o desempenho do HD, sendo que somente discos muito antigos não aceitam este recurso.
É altamente recomendável manter esta opção ativada, caso contrário, o desempenho do HD poderá cair em até 20%. Em alguns BIOS esta opção está na seção "Integrated Peripherals", mas todos os BIOS razoavelmente modernos possuem suporte ao Block Mode. Caso esta opção não exista no Setup da sua placa mãe, provavelmente estará ativada por defaut. Em alguns casos, você poderá configurar esta opção com vários valores diferentes, sendo recomendado o valor "optimal" ou "HDD Max".
Uma pequena advertência, é que segundo a Microsoft, o Windows NT 3.x e NT 4 possuem um bug, que pode apresentar corrupção de dados em alguns casos, estando esta opção habilitada. No caso do Windows NT 4 o problema foi corrigido apartir do Service Pack 2. Este problema existe apenas no Windows NT, não em outras versões do Windows.

32-bit Disk Access
Mantendo esta opção ativada, as transferências de dados do HD para o processador ou memória serão feitas utilizando palavras de 32 bits. Desabilitando a opção as transferências serão feitas a 16 bits.
Como o barramento PCI opera a 32 bits, manter esta opção ativada irá melhorar um pouco o desempenho geral do sistema.

Security Option (Password Check)

Você deve ter visto, na tela principal do Setup, uma opção para estabelecer uma senha. Aqui podemos escolher entre as opções "Setup" e "Always" (que às vezes aparece como "System"). Escolhendo a opção Setup, a senha será solicitada somente para alterar as configurações do Setup. Escolhendo a opção Always, a senha será solicitada toda a vez que o micro for ligado. A senha do Setup é um recurso útil, pois nos permite restringir o uso do micro ou simplesmente barrar os "fuçadores de Setup".

PS/2 Mouse Function Control

Todas as placas atuais trazem ao lado do conector do teclado, uma porta PS/2, que pode ser usada para a conexão de um mouse. Caso você esteja usando um mouse serial, pode desabilitar a porta PS/2 através desta opção, liberando o IRQ 12 usado por ela, que ficará livre para a instalação de outros dispositivos.

USB Function

Caso você não esteja utilizando as portas USB da placa mãe, pode desativa-las através desta opção. Isto deixará livre o IRQ 8, utilizado por elas. Quanto mais IRQs livres você tiver no sistema, menor será a possibilidade de surgirem conflitos de hardware.

HDD Sequence SCSI / IDE First

Muitas vezes, temos instalados HDs IDE e SCSI no mesmo micro. Tipicamente nestes casos, o BIOS dará o boot sempre usando o HD IDE, fazendo-o través do HD SCSI apenas se não houver outro HD padrão IDE instalado. Esta opção, presente na maioria dos BIOS mais recentes, permite justamente inverter esta ordem, tentando o boot primeiramente através do primeiro HD SCSI instalado, fazendo-o através do disco IDE apenas se não houver nenhum disco SCSI disponível.

BIOS Update (Flash BIOS Protection)

Todos os BIOS de placas modernas, são armazenados em chips de memória Flash, o que permite sua atualização via software, a qual recebe o nome de upgrade de BIOS. Este recurso permite ao fabricante da placa mãe lançar upgrades para corrigir bugs encontrados no BIOS de algum modelo de placa mãe, ou mesmo acrescentar novos recursos ou aumentar a compatibilidade do BIOS. Muitas vezes, você precisará atualizar o BIOS da sua placa mãe a fim de ativar o suporte a um processador recentemente lançado, por exemplo.
O problema, é que existem vírus como o Chernobil, capazes de alterar o BIOS com propósitos destrutivos. Estes vírus são especialmente perigosos, pois além de causar perda de arquivos, são capazes de causar um dano físico ao equipamento, já que danificando o BIOS a placa mãe é inutilizada. Para barrar a ação destes vírus, a grande maioria das placas mãe permitem desabilitar o recurso de regravação do BIOS.
Em algumas placas, isto é feito alterando um certo jumper na placa mãe, e em outras, mais modernas, isto é feito através desta opção do Setup. Esta opção permite escolher entre ativado (para permitir a regravação do BIOS) e desativado (para barrar qualquer tentativa de alteração). Por medida de segurança, é recomendável manter desabilitada esta opção, habilitando-a apenas quando você for fazer um upgrade de BIOS.

CPU Internal Core Speed (Processor Speed ou CPU speed)

Em quase todas as placas mãe atuais a configuração da velocidade do barramento e do multiplicador é feita através do Setup. Em placas mãe mais recentes, a identificação da voltagem e da velocidade do processador é feita automaticamente, pois estes dados são fornecidos pelo próprio processador.
Esta opção se relaciona com o multiplicador de clock do processador. Apesar da velocidade deste ser detectada automaticamente, muitos BIOS nos dão a opção de aumentar ou diminuir este valor caso o usuário deseje. Esta opção só tem alguma utilidade coso você esteja usando um processador AMD K6-2 ou então um Athlon ou Duron destravado. Todos os processadores Intel atuais possuem o multiplicador travado, ignorando o valor configurado nesta opção.

CPU External Speed (Bus Clock)
Esta opção configura a freqüência de operação da placa mãe. É encontrada na grande maioria das placas atuais, e é justamente a opção que permite fazer overclock. Comece verificando quais freqüências a placa mãe permite. Se você estiver usando um Pentium III, que usa bus de 100 MHz, é provável que ele funcione bem com bus de 112 MHz, caso esteja usando um Celeron, que usa bus de 66 MHz, poderá usar 75 MHz, ou até mesmo 100 Mhz em algumas versões.
Algumas placas mãe só oferecem as opções de 66 e 100 MHz, neste caso não existe muito o que fazer.

Turbo Frequency

Encontrada apenas em algumas placas, esta opção permite aumentar o clock da placa mãe em 2,5% ou 3% (varia de acordo com o modelo da placa). Caso você tenha configurado seu processador para operar a 3x 100 por exemplo, ativando esta opção ele passará a operar a 307 MHz (3x 102,5 MHz). Apesar de geralmente o sistema funcionar bem com esta opção habilitada, em alguns casos pode haver alguma instabilidade. Poderíamos classificar esta opção como uma espécie de overclock leve.

PCI clock

Em algumas placas mãe que suportam várias freqüências de barramento, como as Abit BX6 e BH6, que suportam freqüências de até 143 MHz, é comum podermos alterar a freqüência de operação do barramento PCI, entre 1/2 da freqüência da placa mãe, 1/3 da freqüência, ou 1/4 da freqüência.
Usando bus de 133 MHz, por exemplo, o ideal seria configurar o PCI para operar a 1/4 da freqüência da placa mãe, mantendo os 33 MHz padrão. A 100 MHz o ideal é que o PCI funcione a 1/3 do clock da placa mãe e a 66 MHz o ideal é 1/2.
Configurar esta opção erradamente, fazendo com que o PCI opere acima dos 33 MHz normais pode tornar o sistema instável, entretanto não existe perigo de danificar nenhum periférico.

AGP CLK/CPU CLK

Podemos agora configurar a freqüência de operação do barramento AGP, em relação à freqüência da placa mãe.. Geralmente estão disponíveis as opções 1/1 e 2/3. Como a freqüência padrão do barramento AGP é de 66 MHz, usando bus de 66 MHz a opção correta seria 1/1, sendo 2/3 caso esteja sendo utilizado bus de 100 MHz. Utilizando bus de 133 MHz por sua vez, a opção ideal é 1/2, que novamente resultaria nos 66 MHz padrão.
Como no caso anterior, o sistema pode tornar-se instável caso o AGP esteja operando acima dos 66 MHz ideais. Se ficará instável ou não vai depender do modelo de placas de vídeo que tiver instalado.
CPU Power Supply (Core Voltage)
Em algumas placas mãe, especialmente placas Abit, é possível alterar a voltagem do processador livremente. Apesar dos processadores Pentium II ou posteriores serem capazes de informar à placa mãe a voltagem correta, pode ser necessário aumentar um pouco a voltagem para conseguir sucesso em um overclock mais agressivo. Obviamente, isto deve ser feito com extrema cautela, pois uma voltagem muito alta pode danificar o processador depois de pouco tempo de funcionamento.

System BIOS Shadow, Video Bios Shadow

Ativando estas opções, será feita uma cópia do Bios principal e do Bios da placa de vídeo na memória RAM. Na época do DOS, esta opção servia para melhorar um pouco o desempenho do sistema, pois o acesso ao Bios é mais rápido apartir da memória RAM do que apartir do chip de onde ele fica originalmente armazenado.
Atualmente esta opção já não tem mais efeito, pois tanto no Windows 95/98/NT/2000, quanto no Linux, o acesso ao hardware é feito através de drivers de dispositivos, e não através das sub-rotinas do Bios. Neste caso, a ativação do Bios Shadow não causa nenhuma melhoria na performance.

Parte 5: Chipset Features Setup (Advanced CMOS Setup)

Nesta seção é possível configurar opções relacionadas com o desempenho do sistema, como o acesso à memória RAM e cache, entre outras opções importantes.

Auto Configuration

Esta opção nos oferece o recurso de configurar a maioria das opções do Chipset Features Setup com valores default. Estas opções relacionadas basicamente com o tempo de acesso das memórias e cache, serão então preenchidas com valores default, visando garantir um maior grau de confiabilidade do sistema, porém, sempre comprometendo um pouco da performance.

Cache Timing (Cache Read Cycle)

Aqui podemos configurar a velocidade de operação do cache L2. Os valores desta opção aparecem geralmente na forma de seqüências de 4 números, como 3-2-2-2 ou 2-1-1-1. Note que esta opção refere-se à freqüência de operação do cache da placa mãe, e por isso é encontrada apenas em placas mãe soquete 7

Se você deseja o máximo de confiabilidade do seu sistema, então você deve configurar esta opção com valores médios, ou habilitar a auto configuração. Entretanto, se deseja obter maior desempenho, então pode tentar valores mais agressivos. Usando uma placa mãe de qualidade pelo menos razoável, mesmo os valores mais baixos devem funcionar sem problemas, a menos que você esteja fazendo overclock.

SDRAM Configuration
Encontrada em algumas placas mais recentes, esta opção permite especificar a velocidade de operação das memórias SDRAM instaladas no PC. Podemos escolher entre vários valores, geralmente de 15 ns a até 8 ou 7 ns. Configurar esta opção com uma velocidade inferior à velocidade das memórias instaladas provavelmente causará instabilidade, enquanto um valor superior à velocidade real diminuirá a velocidade de acesso às memórias. Esta opção só se aplica caso tenhamos memórias SDRAM instaladas no computador.

SDRAM CAS Latency

Apartir das memórias FPM, usamos o modo de acesso rápido ao dados gravados nas memórias, que consiste em estabelecer o valor RAS (linha) uma vez, e em seguida enviar vários endereços CAS (coluna) em seqüência.
Esta opção permite configurar o intervalo entre o envio dos sinais CAS. Geralmente estão disponíveis as opções "3" e "2". Apesar do valor 2 resultar em um pequeno ganho de performance, você deve configurar esta opção de acordo com a especificação de seus módulos. Na dúvida, escolha o valor 3, pois apesar do pequeno ganho de desempenho, o uso de CAS 2 em memórias que não o suportam irá causar instabilidade.
Geralmente, para conseguir que memórias PC-100 funcionem acima de 100 MHz, com bus de 112 ou 124 MHz, ou que memórias PC-133 trabalhem com bus de 150 MHz é preciso escolher o valor 3, mesmo que a especificação da memória seja 2. A configuração correta desta opção é essencial para quem deseja fazer overclock.

SDRAM Cycle Time Tras/Trc

Nesta opção pode ser configurado o tempo que cada página de memória permanecerá ativa para a transmissão de dados (Tras) e o tempo que o controlador de memória aguardará antes de acessar novamente cada página de memória.
Geralmente estão disponíveis as opções "5/6" e "6/8". A primeira opção, 5/6 resultará num pequeno ganho de desempenho, porém poderá causar instabilidade caso você esteja fazendo overclock. A opção "6/8" por sua vez assegura uma maior tolerância dos módulos a freqüências acima da especificação, apesar de mais lenta.

SDRAM Ras to CAS Delay, SDRAM Cycle Length

São mais duas opções desempenho x estabilidade que estão disponíveis em algumas placas. Escolhendo o valor 3 o acesso à memória será mais lento, porém a tolerância dos módulos será maior, o que garantirá melhores possibilidades de overclock. Escolher 2 significa algum ganho de desempenho.

SDRAM Leadoff Command

Esta opção permite configurar o tempo que o controlador de memória aguardará antes de ler um dado recentemente gravado. Estão disponíveis os valores 3 e 4. Escolha 3 para um melhor desempenho ou 4 para estabilidade ou overclock

SDRAM Bank Interleave

Esta opção não em a ver com a estabilidade, mas sendo corretamente configurada permite melhorar um pouco o acesso à memória RAM.
A moral da história é a seguinte, existem dois tipos de módulos de memória DIMM SDRAM, módulos de 2 bancos e módulos de 4 bancos. O processador pode acessar dados apartir dos vários bancos em seqüência, melhorando o desempenho.
Os módulos de 2 bancos são os módulos de menor capacidade, geralmente 16 ou 32 MB que usando chips de 16 Mbits. Os módulos de 4 bancos por sua vez são os módulos mais atuais, de 32 MB ou mais, que utilizam chis de 64 Mbits. Para saber se seus módulos são de 2 ou 4 bancos, basta fazer as contas: divida a capacidade do módulo pela quantidade de chips e multiplique por 8, assim você terá a capacidade de cada chip em bits. Como disse, chips de 16 Mbits possuem 2 bancos, enquanto chips de 64 Mbits possuem 4 bancos.
Por exemplo, num módulo de memória de 32 MB, composto por 16 chips, cada chip possui 2 MB, que equivalem a 16 Mbits.
Caso você esteja usando módulos de 2 bancos, configure esta opção com o valor "2-Bank". Caso você esteja utilizando módulos de 4 bancos configure com o valor "4-Bank".

AGP Aperture Size

O barramento AGP permite que uma placa de vídeo utilize a memória RAM principal para armazenar texturas. Esta opção permite configurar o valor máximo de memória que a placa poderá ocupar, evitando que ela se aproprie de toda a RAM disponível, não deixando espaço para os programas que estiverem abertos. Aqui você encontrará opções que vão de 4 MB a 256 MB, sendo recomendável escolher um valor correspondente à metade da memória RAM instalada no sistema. Caso o valor não seja suficiente, começarão a aparecer polígonos em branco durante a execução de jogos programas que utilizem a placa 3D, justamente por que não houve espaço na memória para armazenar a textura correspondente a eles. Neste caso, basta aumentar um pouco o valor máximo.
Esta opção não é tão importante quanto parece, pois, em geral, as placas de vídeo 3D, especialmente as mais recentes, nunca chegam a utilizar uma grande quantidade de memória RAM para armazenar texturas, pois o uso deste recurso degrada bastante o desempenho da placa. Na grande maioria dos casos, a placa de vídeo não chega a usar mais de 8 MB de memória local para texturas.

System Bios Cacheable / Video Bios Cacheable
Ativando estas opções, além de copiar o conteúdo do Bios principal e do Bios da placa de vídeo para a memória RAM, será usada a memória cache para agilizar ainda mais os acessos. Dentro do MS-DOS existe um pequeno ganho de performance, mas dentro do Windows não existe ganho algum, pelo contrário, há uma pequena diminuição do desempenho, pois uma pequena quantidade do precioso cache L2 será desperdiçada. O melhor atualmente é desabilitar estas opções.

8 Bit I/O Recovery Time

O processador é capaz de realizar transferências de dados a cada pulso de clock.. Periféricos PCI e discos IDE também são capazes de realizar uma operação por ciclo de seus respectivos barramentos. O problema é que algumas placas ISA de 8 bits muito antigas, mesmo usando este já lento barramento, precisam de pequenas pausas entre uma transferência e outra para funcionar corretamente. Esta opção permite definirmos em ciclos de clock o tempo reservado a esta pausa.
Geralmente, podemos escolher um valor entre 0 (recurso desativado) e 8. Apesar de serem raros os periféricos ISA que precisam deste recurso, por precaução é recomendável configurar esta opção com o valor 4 ou manter o valor default. Também é recomendável o valor 4 caso você esteja fazendo overclock. Isto não atrapalhará o desempenho, pois mesmo com os tempos de espera, o barramento de dados continuará sendo mais que suficiente para estes periféricos antigos.

16 Bit I/O Recovery Time

Esta opção é idêntica à anterior, aplicando-se desta vez às placas ISA de 16 bits. É seguro configurar esta opção com o valor 0, pois por serem mais modernas, placas ISA de 16 bits dificilmente precisam do intervalo. Caso você esteja fazendo overclock, é prudente usar o valor 2.

Passive Release

Esta opção permite que o chipset acesse o barramento PCI ao mesmo tempo que as placas ISA (caso exista alguma) estejam transferindo dados. Ativar esta opção resultará em um pequeno ganho de desempenho, mas poderá causar problemas em conjunto com algumas placas ISA antigas.

Delayed Transaction

é mais uma opção ligada ao barramento PCI. Permite ativar um pequeno buffer de dados presente no chipset que armazenará as transferências de dados dos periféricos ISA, transmitindo uma grande quantidade de dados de cada vez. Com isto melhora-se o desempenho geral. Novamente, esta opção não irá funcionar com algumas placas ISA antigas.

AGP 2X mode

Esta opção é encontrada apenas em algumas placas antigas. Escolhendo "enabled" o AGP operará no modo 2X, caso contrário será usado o modo 1X. Em algumas placas escolher 2X pode causar instabilidade.

AGP 4X mode

Similarmente à opção anterior, algumas placas mãe permitem desabilitar o AGP 4X, fazendo com que o AGP opere em modo 2X. Algumas placas de vídeo antigas podem funcionar adequadamente apenas caso esta opção esteja desabilitada. Algumas placas mãe podem apresentar instabilidade com o modo 4X habilitado.


Parte 6: Pci/Plug and Play Setup

O Plug and Play é um método que facilita bastante a configuração do sistema, assim como a instalação de novos periféricos, pois permite ao BIOS e ao sistema operacional atribuírem automaticamente endereços de IRQ e, quando necessário, canais de DMA, sem intervenção do usuário. Quase todos os periféricos padrão PCI são Plug and Play, justamente devido ao barramento PCI ser totalmente compatível com este padrão. Mesmo muitas placas de expansão padrão ISA incorporam recursos Plug and Play.
De qualquer maneira, sempre é possível atribuir endereços manualmente para solucionar conflitos causados por uma placa mais "brigona". Vamos então às configurações:

Plug and Play Aware OS (Boot With PnP OS)
Atualmente, apenas o Windows 95, 98 e 2000 são totalmente compatíveis com o PnP. Outros sistemas operacionais, como o Windows NT 4, oferecem compatibilidade limitada, enquanto outros como o MS-DOS, OS/2, Windows 3.x não oferecem suporte a este padrão.
Aqui, devemos informar se o sistema operacional que estamos rodando no micro é ou não compatível com o PnP. Caso seja, o BIOS permitirá que o próprio sistema operacional configure os endereços utilizados pelos periféricos, caso contrário, o próprio BIOS cuidará desta tarefa.
É importante manter esta opção ativada caso você esteja utilizando o Windows 2000, caso contrário poderão ocorrer problemas na detecção de alguns periféricos ISA, especialmente modems. É muito comum em micros com o Windows 2000 o modem simplesmente não funcionar enquanto esta opção permanecer desativada. Entretanto, caso você esteja utilizando apenas placas PCI, a Microsoft recomenda manter esta opção desativada, pois segundo eles a ativação pode causar problemas na detecção de alguns periféricos.
No caso Windows 98 novamente a recomendação da Microsoft é manter a opção desativada, pois podem ocorrer problemas com o gerenciamento de energia do Win 98, o que poderá causar o famoso problema do micro travar ao desligar.
Já no Linux, recomenda-se o contrário, pois apesar do Linux não ser um sistema totalmente plug-and-play, desativar esta opção pode impedir a detecção de alguns periféricos.

Force Update ESCD

O ESCD (Extended System Configuration Data) é uma pequena parcela da memória do CMOS, destinada a armazenar informações sobre a configuração atual dos recursos de IRQ, DMA, endereços de I/O, etc.
Toda vez que o BIOS ou o sistema operacional, altera a configuração dos endereços, altera também o ESCD. Por outro lado, sempre que o sistema é inicializado, primeiro o BIOS e depois o sistema operacional lêem o ESCD, operando de acordo com seus valores.
Ativando esta opção, o ESCD será apagado, forçando uma nova atribuição de endereços a todos os periféricos Plug-and-Play, tanto por parte do Bios quanto do sistema operacional, o que muitas vezes é suficiente para solucionar muitos conflitos. Após o ESCD ser apagado, esta opção voltará automaticamente para o valor disabled.

Resources Controlled by

Aqui podemos definir de que modo será feita a configuração dos endereços de IRQ e DMA. Geralmente estão disponíveis as opções Manual e Auto:
Auto: Selecionando esta opção, o BIOS atribuirá automaticamente as definições de IRQ e DMA para todos os dispositivos. Esta opção é recomendada, já que funciona na grande maioria das vezes sem problemas
Manual: Caso você esteja enfrentando algum conflito entre periféricos utilizando a opção de auto configuração, ou simplesmente gosta de desafios, poderá selecionar a opção "manual" e configurar os endereços manualmente. Neste caso, surgirão várias opções a serem configuradas:

IRQ 3 / 4 / 5 / 6 / 7 / 8 / 9 / 10 / 11 / 12 / 13 / 14 / 15

Aqui temos a opção de reservar canais de IRQ para o uso de placas que não sejam PnP. Geralmente, você poderá escolher entre as opções "PnP/PCI" (dependendo do Bios o valor é "No/ICU") e "ISA" (que algumas vezes aparece como "Legacy ISA").

Na maioria dos casos, a configuração da interrupção a ser usada por cada dispositivo é automaticamente configurada pelo BIOS, mas no caso de instalarmos uma placa ISA não-PnP, do tipo onde configuramos os endereços de IRQ e DMA a serem utilizados pela placa via jumpers, muito provavelmente o BIOS não será capaz de reconhecer os endereços ocupados por ela, destinando-os a outras placas e gerando conflitos de hardware.

Por exemplo, caso você pretenda instalar uma placa de som ISA não-PnP configurada para utilizar o IRQ 5, deverá reservá-lo aqui, selecionando para ele a opção "ISA". Quase sempre os valores default do BIOS para estas opções funcionam, sendo raros os casos em que é necessário alterá-los

DMA Chanel 0 / 1 / 3 / 5 / 6 / 7

Da mesma forma que acontece com as interrupções, precisamos às vezes reservar canais de DMA para o uso de dispositivos que não sejam PnP. Caso, por exemplo, a placa de som do exemplo anterior utilize os canais de DMA 1 e 5, devemos configurar as opções correspondentes a eles com o valor "ISA".

Assign IRQ for VGA Card (Allocate IRQ to PCI VGA)

Esta opção permite reservar um endereço de IRQ para uso da placa de vídeo. A maioria das placas aceleradoras 3D, ou seja, praticamente qualquer placa de vídeo razoavelmente atual, só funciona adequadamente se esta opção estiver ativada. Porém, a maioria das placas de vídeo 2D antigas não precisam desta interrupção. Neste caso, poderíamos mantê-la desativada para livrar um IRQ. Se esta opção não estiver disponível no Setup de seu micro, é por que está ativada por default ou por que o BIOS é capaz de detectar automaticamente se a placa de vídeo instalada precisa ou não de um canal exclusivo.

PCI IRQ Activated By

Com certeza você já deve ter ouvido dizer que em alguns casos duas ou mais placas PCI podem compartilhar o mesmo endereço de IRQ, mas caso esteja em dúvida sobre o por que disco acontecer em alguns micros e em outros não, esta opção pode ser a resposta.
Apesar de desde as suas primeiras versões o barramento PCI permitir o compartilhamento de IRQs, os primeiros periféricos PCI não eram compatíveis com, o recurso. Por outro lado, quase todos os periféricos PCI atuais o são.
Esta opção possui duas alternativas, "Edge" e "Level". Caso você esteja configurando o Setup de um micro antigo, montado a 2 ou 3 anos, então o recomendável é manter a opção em Edge, pois provavelmente o PC terá placas PCI incompatíveis com o recurso. Edge desativa o compartilhamento de IRQs, o que irá evitar problemas.
Porém, caso você esteja configurando um PC atual escolha a opção Level, que habilita o compartilhamento de IRQs.

Parte 7: Power Management Setup

Aqui estão concentradas as opções relacionadas com os modos de economia de energia. Uma boa parte das opções podem ser configuradas dentro do Windows, mas outras estão disponíveis apenas aqui.

Power Management

Aqui podemos habilitar ou desabilitar o funcionamento do Power Management. Geralmente você encontrará disponíveis as seguintes opções:
Disabled: Todos os recursos de economia de energia ficarão desativados.
Min Saving: O Power Management ficará ativado, porém entrará em atividade apenas após 45 ou 60 minutos (dependendo do BIOS) de inatividade do micro, provendo pouca economia.
Max Saving: Economia máxima de energia, os componentes do micro começarão a ser desligados após poucos minutos de inatividade
User Defined: Esta é a opção mais recomendada. Assim, nem 8 nem 80, poderemos personalizar todas as configurações a nosso gosto.
Escolhendo a opção user defined, surgirá a possibilidade de configurar uma série de opções, que veremos a seguir:

PM Control by APM

O APM, ou Advanced Power Management, é um padrão de gerenciamento de energia criado pela Microsoft, que além de ser totalmente compatível com o Windows 95/98/NT/2000, é mais eficiente que a maioria dos padrões anteriores.
Esta opção ativa ou não o APM, sendo recomendável mantê-la ativada para um gerenciamento mais eficiente.

Doze Mode/Standby Mode Timeout/Suspend Mode
Existem três níveis de economia de energia, que vão do Doze ao Suspend, passando pelo Standby. A diferença entre os três é a quantidade de componentes que serão desligados e, consequentemente, o quanto de energia elétrica será economizada.
Esta opção define depois de quanto tempo de inatividade o sistema passará respectivamente para o Doze Mode, Standby mode e Suspend Mode. No doze mode são desligados o HD e o monitor, no standby mode é desligado também a maior parte do processador principal, resultando numa economia maior de energia, mas uma demora maior quando quiser que o sistema volte. Finalmente, no standby mode quase tudo é desligado, incluindo a placa de vídeo, som, etc. a economia de emergia é máxima.

HDD Power Down Timeout

O HD é um componente que pode ter sua vida útil bastante abreviada por uma configuração inadequada do Power Management. No disco rígido, o motor principal gira continuamente, mesmo quando não existe nenhum dado a ser lido ou gravado. Quando o HD entra em modo de baixo consumo de energia, o motor principal é desligado, justamente para economizar o máximo possível de energia. Este liga-desliga do motor principal, causa um desgaste prematuro do equipamento, levando-o a apresentar defeitos bem antes do normal. Como o HD consome cerca de apenas 10 watts, e é o componente mais crítico do sistema, já que armazena todos os seus dados importantes, acaba não valendo à pena ativar esta opção, salvo em casos onde o micro permanece várias horas corridas sem atividade.

Video Power Down Timeout

Sem dúvida, o componente que mais vale à pena ser colocado em modo de economia de energia é o monitor, já que ele consome cerca de 100 Watts, quase metade do consumo total do computador.
Mas, como no caso do HD, é preciso uma certa cautela na configuração do modo de economia do monitor, pois ser ligado e desligado muitas vezes pode abreviar sua vida útil, o mesmo caso de uma televisão, por exemplo. O recomendável é que o monitor seja desligado apenas quando o micro for ficar muito tempo sem atividade. Aqui podemos escolher, em minutos, o tempo de inatividade do sistema antes do monitor entrar em modo de economia de energia.

Power Supply Type

Algumas placas mãe podem funcionar tanto em gabinetes equipados com fontes AT, quanto com fontes padrão ATX, possuindo os dois conectores. Neste caso, encontraremos no Setup esta opção, onde devemos informar qual tipo de fonte está sendo utilizando.

Instant On Support

O recurso Instant On é suportado por algumas placas mãe. Através dele, quando vamos em iniciar/desligar dentro do Windows, ou mesmo pressionamos diretamente o botão liga-desliga, o micro não é desligado, entrando apenas em modo standby. Quando pressionarmos novamente o botão liga-desliga o micro voltará à atividade, sem a necessidade de um novo boot.

Power Button Function (Power Button Override)

No caso do BIOS ser compatível com o Instant On, e termos ativado a opção anterior, temos aqui a opção de configurar a função do botão liga-desliga do gabinete. Assim, o micro pode ser realmente desligado quando o pressionamos, ou pode entrar apenas em modo suspend, voltando à atividade quando pressionado novamente.
Eu pessoalmente acho um pouco arriscado usar o recurso de Instant On em terras Tupiniquins, pois o sistema elétrico instável encontrado na maioria dos estados, que gera picos de tensão e outros problemas, tornam um perigo manter um computador 24 horas ligado. Claro que isto não se aplica a você caso esteja usando um no-break e fio-terra.

CPU Overheat Warning Temperature

Muitas placas mãe possuem sensores que, entre outras funções, monitoram a temperatura do processador. Geralmente nestas placas, encontramos no Setup esta opção, que permite especificar a temperatura a partir da qual o BIOS considerará como aquecimento excessivo.
Geralmente, os processadores podem funcionar em temperaturas de até 70ºC (este é um valor médio que pode variar de acordo com o modelo), acima disso, podem começar a haver travamentos ou mesmo danos. Por cautela, uma temperatura adequada de funcionamento é de no máximo 50 ou 55º C.
Caso o processador atinja a temperatura limite configurada aqui, a placa mãe começará a emitir um aviso sonoro intermitente, que apesar de dar o alerta, pode tornar-se muito chato.

CPU Overheat Clock Down

Sendo atingida a temperatura limite configurada na opção anterior, o BIOS oferece como solução, diminuir momentaneamente a velocidade de operação do processador, até que a temperatura volte a níveis seguros. Aqui podemos escolher entre porcentagens do clock original, 12,5%, 25%, 37,5%, 50%, 62,5%, 75% ou 87,5%. Também é possível desabilitar esta opção.

CPU Current Temperature

Caso sua placa mãe seja equipada com os sensores de temperatura, muito provavelmente esta opção estará disponível. Aqui será informada a temperatura atual do processador. Para ter uma medição mais precisa, verifique a temperatura depois de utilizar o micro durante algumas horas.

MB Temperature

Aqui é informada a temperatura atual da placa mãe. Apesar dos chips encontrados na motherboard não apresentarem um aquecimento tão acentuado quanto o processador, pode ser interessante acompanhar sua temperatura.

CPU Fan Speed
Mais um recurso oferecido pelas placas mãe mais modernas, esta opção permite monitorar as rotações do cooler (ou fan) do processador, informando a sua velocidade de rotação em RPMs. Um cooler razoável deve apresentar rotação de pelo menos 4000 RPMs, enquanto outros de melhor qualidade podem ultrapassar os 6.000 RPMs. Quanto maior a velocidade de rotação do cooler, melhor será o resfriamento do processador. Caso perceba uma rotação muito baixa, é recomendável trocar seu cooler por um melhor.

Voltage monitor

Uma fonte AT alimenta a placa mãe com voltagens de 5 e 12 volts. Uma fonte ATX já oferece também 3.3v. Muitas das placas mãe mais recentes possuem um chip adicional, responsável por monitorar a alimentação oferecida pela fonte.
É perfeitamente normal que ocorram pequenas variações, como 3.4 ou 3.5v ao invés de 3.3v, ou 12.4v ao invés de 12V. Grandes variações, porém, são sinal de defeitos na fonte de alimentação, ou de uma rede elétrica precária, e podem causar mau funcionamento ou mesmo danos ao equipamento. É recomendável, então, a substituição da fonte, caso seja ela a culpada ou investir em um no-break e fio terra, caso seja a rede elétrica que esteja com problemas.
Atualmente, é possível comprar um no-break simples por menos de 200 reais e, considerando a proteção e segurança que ele oferece, é um bom negócio sem dúvida. Instalar o fio terra também é bastante simples. Compre uma barra de cobre em alguma casa de materiais elétricos, faça um buraco de uns 10 cm de largura no quintal, ou em algum lugar onde tenha terra, encha com sal, jogue água e em seguida crave a barra de cobre. Puxe um fio até o neutro da tomada tripolar onde será ligado o no-break e vualá. Você pode testar se o fio terra está bem instalado usando um lâmpada de 100 Watts comum: ligue o positivo da lâmpada na tomada e o negativo no fio do terra. Se a lâmpada acender então o terra está bem instalado.


Parte 8: Integrated Peripherals (Features Setup)
Nesta seção podemos ativar ou desativas vários dos periféricos da placa mãe, como por exemplo as portas IDE, seriais, paralelas, etc. Em muitas placas é possível desativar também o vídeo, som, modem ou rede onboard.

Onboard IDE (On Chip PCI IDE)
Como já vimos, todas as placas mãe modernas possuem duas portas IDE embutidas, que chamamos de IDE primária e IDE secundária.
Como todo dispositivo, estas portas usam canais de IRQ. Assim, caso utilizemos apenas a IDE primária, ou mesmo uma controladora SCSI, poderia ser interessante desabilitar a segunda ou ambas as interfaces IDE (no caso de usar apenas periféricos SCSI), a fim de manter livres seus canais de IRQ para a instalação de outros dispositivos. Para isto, basta configurar adequadamente esta opção:
Both: Ambas as interfaces IDE ficarão ativadas.
Primary: Apenas a IDE primária ficará ativada
Secondary: Apenas a IDE secundária ficará ativada
Disabled: Ambas as interfaces IDE serão desabilitadas. Neste caso, ficaremos com os IRQs 14 (usado pela IDE primária) e 15 (utilizado pela IDE secundária) livres para uso de outros dispositivos.
IDE Primary Master Mode, IDE Secondary Master Mode
IDE Primary Slave Mode, IDE Secundary Slave Mode

As interfaces IDE são capazes de realizar transferências de dados em vários modos, que vão desde o lento e antigo Pio mode 0 (3,3 MB/s) até o UDMA 66 utilizado pelos HDs mais recentes. Devemos informar aqui qual é o modo de transferência de dados utilizado pelos discos rígidos ou CD-ROMs instalados em cada interface IDE do sistema. A maioria dos HDs de até 2 anos atrás, trabalham usando o Pio mode 4, enquanto os mais recentes utilizam o UDMA 33 ou mesmo UDMA 66. A maioria dos drives de CD-ROM utilizam o Pio mode 3, apesar dos modelos mais novos estarem suportando o Pio 4, ou mesmo o UDMA 33.
Caso tenha dúvida sobre o utilizado pelo seu disco, basta selecionar a opção "auto" para que o BIOS detecte automaticamente o modo utilizado pelo dispositivo.

Ultra DMA-66/100 IDE Controller

Algumas placas mãe trazem um controlador IDE extra. Estas placas vem com 4 portas IDE. Duas são as portas normais encontradas em qualquer placa mãe, enquanto as adicionais são portas UDMA 66 ou UDMA 100. Esta opção permite desabilitar as duas portas extras. Naturalmente só teria alguma utilidade caso por qualquer motivo você não pretenda usa-las.

On Board FDC

Além de duas interfaces IDE, as placas mãe incluem também uma controladora de drives de disquetes que pode ser desativada através desta opção. Geralmente esta interface só é desabilitada quando o computador não possui drive de disquetes, ou quando instalamos uma placa Super-IDE e desejamos desabilitar a interface de disquetes da placa mãe para utilizar a interface da placa externa.

On Board Serial Port 1 e On Board Serial Port 2

Esta opção permite desabilitar ou especificar um endereço diferente para as portas seriais do micro. Temos duas portas seriais: a porta serial 1 geralmente é utilizada pelo mouse, enquanto a segunda pode ser utilizada para a ligação de dois computadores via cabo serial, instalação de um modem externo, ou de qualquer outro dispositivo que use uma porta serial.
Por default, a porta serial 1 (On Board Serial Port 1) geralmente utilizada pelo mouse, usa a COM 1 e o endereço de I/O 3F8. Caso você instale algum periférico que vá utilizar esta porta (um modem configurado para utilizar a COM 1, por exemplo) poderá mudar a porta utilizada pelo mouse para evitar conflitos. Em outros casos, você poderá desabilitar a segunda porta serial, para manter livres os endereços usados por ela.
Serial Port 1 IRQ e Serial Port 2 IRQ
Aqui podemos escolher o canal de IRQ que será utilizado pelas interfaces seriais instaladas no micro. O mais comum é configurarmos a Porta Serial 1, para usar o IRQ 4, e a porta serial 2, para usar a IRQ 3, mas, em alguns casos, pode ser preciso escolher outras interrupções para solucionar conflitos.

On Board Parallel Port

Esta nada mais é do que a porta paralela usada pela impressora. Aqui temos a opção de desabilitá-la. Claro que normalmente não faríamos isso, pois nossa impressora, assim como outros periféricos que usam a porta paralela, parariam de funcionar. Porém, em micros que não possuem impressora, desabilitar a porta paralela pode ser uma boa opção para conseguir mais um IRQ livre.

Parallel Port Address

Aqui podemos escolher o endereço de I/O (input/output, ou entrada e saída) usado pela porta paralela. Podemos escolher aqui entre três endereços: 378, 278 e 3BC. Caso você tenha apenas uma porta paralela instalada no micro, poderá escolher livremente qualquer um destes endereços. Caso esteja usando uma segunda porta paralela instalada em um Slot ISA ou PCI, cada uma deverá usar um endereço próprio. Podemos ter até 3 portas paralelas instaladas no micro.
Você pode adquirir novas portas paralelas na forma de placas de expansão ISA. VLB ou PCI, encontradas com um pouco de dificuldade em lojas especializadas ou sucatões de informática. Outra opção é comprar uma placa Super-IDE e configurar os jumpers da placa para que as portas seriais, para joystick e interfaces de disco sejam desabilitadas, permanecendo ativada apenas a porta paralela.

Parallel Port IRQ

Como todo dispositivo, a porta paralela também utiliza uma interrupção de IRQ. Geralmente, temos a opção de configurar a porta para utilizar o IRQ 5 ou 7, sendo a última mais recomendável, já que geralmente o IRQ 5 é utilizado pela placa de som. Alguns BIOS permitem também o uso de outros endereços.

On Board Parallel Port Mode (On Board Printer Mode)

As portas paralelas encontradas nas placas mãe modernas, podem trabalhar em diferentes modos de operação. Aqui podemos justamente selecionar qual modo a porta paralela deverá utilizar. Geralmente estão disponíveis as opções Normal, Bidirecional, ECP e EPP.
Os modos Normal e Bidirecional são bem mais lentos. A diferença entre eles é que o modo Bidirecional permite comunicação bidirecional. O modo ECP é mais rápido, sendo usado por impressoras um pouco mais modernas, além de ser compatível com a maioria dos Scanners, Zip Drives e outros dispositivos que utilizam a porta paralela. Temos também o EPP, com velocidade semelhante ao ECP, porém com menos recursos.
Geralmente, configuramos a porta paralela com ECP, pois este traz várias vantagens sobre os outros modos, como o uso de um canal de DMA, que diminui a taxa de ocupação do processador durante as transferencias de dados. Pode ser, porém, que uma impressora ou outro periférico mais antigo só funcione adequadamente em uma porta bidirecional. Neste caso, basta voltar aqui e mudar o modo de operação da porta.

Init Display First (Inicialize First)

Esta opção tem dois valores, AGP e PCI e é útil em duas situações:
1- Caso você esteja utilizando dois monitores, usando uma placa AGP e outra PCI. Através desta opção você poderá escolher qual das duas placas será o vídeo primário.
2- Caso você tenha uma placa mãe com vídeo onboard, pretenda substituí-lo por uma placa 3D PCI e não exista nenhum jumper ou opção no Setup para desativar o vídeo onboard. Neste caso basta configurar esta opção com o valor PCI. Assim a placa onboard continuará ativada, mas não atrapalhará mais.

USB Controller (USB Enable)

Esta opção habilita ou não o uso do controlador USB (Universal Serial Bus) embutido na placa mãe. Deixe esta opção ativada apenas caso esteja fazendo uso de algum dispositivo USB. Caso contrário, será melhor desabilitar esta porta para liberar o canal de IRQ usado por ela.

PS/2 Mouse Enable
Habilita ou não a porta PS/2 encontrada na placa mãe. Caso você não esteja utilizando esta porta, é recomendável desabilitá-la, assim deixaremos o IRQ 12, utilizado por ela, livre para uso de outros dispositivos.

UART 2 use Infrared

Atualmente, o infravermelho está sendo bastante usado para a conexão entre computadores, principalmente entre micros portáteis e até mesmo por mouses e impressoras sem fio. Para usar um dispositivo que faz a transmissão de dados por infra vermelho, conectamos um transmissor na porta serial 2 do micro. Este é uma pequena placa com um fio e um transmissor na extremidade. Esta opção do Setup permite justamente habilitar ou não o suporte à instalação deste tipo de dispositivo na Com 2.
Muitos notebooks já vem com um transmissor infravermelho instalado, neste caso habilitar esta opção já deixaria o notebook pronto para transmitir via infravermelho.

Power On Function
Encontrada apenas em placas recentes, esta opção permite configurar os botões que permitirão ligar o micro. O defaut é liga-lo apenas através do botão liga-desliga do gabinete, mas algumas placas permitem também botões alternativos:
Keyboard 98: Ativa o botão de ligar encontrado em alguns teclados
Hot Key: Permite configurar um atalho do teclado para esta função, estão disponíveis opções como Ctrl + F1
Mouse Left, Mouse Right: Para ligar o micro pressionando um dos botões do mouse. Este recurso só irá funcionar com mouses PS/2, nada de mouses seriais ou USB.

Parte 9: Outras Opções

Security
Esta seção inclui as opções relacionadas com senhas e a opção de antivírus, que em outros modelos de BIOS é encontrada na seção Advanced CMOS Setup.

Password

Esta é a opção que permite estabelecer uma senha para o micro. Por segurança, é preciso digitar a senha duas vezes, para descartar a possibilidade de haver algum erro de digitação na primeira.
Caso você deseje trocar a senha, então o BIOS pedirá que você digite primeiro a senha antiga. A checagem da senha será feita de acordo com o programado no item Security Option (Password Check) do Advanced CMOS Setup, podendo ser solicitada toda vez que o micro for inicializado (opção System), ou somente para fazer alterações no Setup (Always).

Antivírus
Em alguns BIOS este item está na seção Advanced CMOS Setup. Caso no Setup do seu micro ele apareça aqui, basta configurá-lo como descrito na outra seção.

IDE HDD Auto Detection (Detect IDE Master/Slave, Auto IDE)

Para um disco rígido poder ser utilizado, precisa antes ser reconhecido pelo BIOS. Este reconhecimento consiste em informar o número de trilhas, cilindros, cabeças de leitura e capacidade.
Apesar de podermos configurar estas opções manualmente, é sempre muito mais recomendável permitir ao BIOS detectar automaticamente os discos que temos instalados no sistema, o que é feito justamente nesta opção.
Caso o BIOS da sua placa seja Award, você poderá escolher entre três opções de configuração do HD: o modo Normal, o modo Large e o modo LBA. O modo LBA (Logical Block Addressing) oferece suporte a discos maiores que 504 Megabytes, sendo a opção correta, caso o seu HD seja maior do que isso e você esteja usando o Windows 95/98/NT ou qualquer outro sistema operacional que ofereça suporte a ele. O modo Normal é usado por discos menores que 504 Megabytes.
O modo Large por sua vez, permite o uso de discos maiores que 504 Megabytes em sistemas operacionais que não suportem o LBA, como versões antigas do MS-DOS e algumas versões do Unix e Linux.

Load Setup Defaults

Esta opção permite carregar os valores default do Setup para todas as opções. É útil no caso de você ter feito alterações no Setup que causem mau funcionamento do micro e não lembre quais são. Carregando os valores default, o CMOS Setup carregará suas configurações originais, de fábrica.
Nos BIOS AMI, geralmente encontramos além da opção de carregar os valores default, mais duas opções:

Load Fail Safe Defaults

Quando o computador começa a apresentar mau funcionamento em algum de seus componentes, começam a ocorrer travamentos constantes, além de outros problemas misteriosos. Muitas vezes o micro sequer chega a inicializar.

Fail Safe significa "à prova de falhas". Esta opção permite justamente configurar o Setup com valores que visam exigir o mínimo possível dos componentes, para que o micro pelo menos funcione. São desabilitados os caches L1 e L2, as memórias passam a funcionar muito mais lentamente, são ativadas todas as opções que visam detectar erros durante o boot e, muitas vezes, é inclusive diminuído o clock do processador.

Geralmente, usando este recurso, o micro volta a funcionar, apesar de com uma velocidade muito baixa. O passo seguinte é ir habilitando os caches e aumentando a velocidade das memórias aos poucos, a fim de descobrir qual componente está falhando.

Load Best Values

Esta opção é justamente o oposto da anterior, carregando valores que visam extrair o máximo de desempenho. Se você não tiver paciência para configurar manualmente todas as opções do Setup, esta pode ser uma boa opção para otimizar o desempenho do micro. Se você estiver usando componentes de boa qualidade, não deve ter problemas usando esta opção, caso contrário, podem surgir problemas inesperados, relacionados geralmente com falhas na memória RAM ou cache. De qualquer maneira, bastará carregar os valores default do Setup ou configurar manualmente as opções para tudo voltar à normalidade.

Save & Exit Setup

Terminando de configurar o Setup, basta usar esta opção para salvar todas as alterações feitas e sair do Setup. Será perguntado então se é realmente isto que você deseja, bastando responder "yes" à pergunta.

Exit Without Saving

Se você se arrependeu de alguma alteração feita, basta usar esta opção para sair do Setup sem salvar nenhuma alteração.


Parte 10: AGP Driving Control

A opção AGP Driving Control, pode ser encontrada em várias placas mãe atuais, como a Abit VT6 entre várias outras. De uns tempos pra cá venho recebendo alguns mails perguntando sobre esta opção. Como estava pesquisando sobre ela, não pude responder as perguntas, por isso estou aproveitando para responder a todos que tem curiosidade sobre ela aqui.
Basicamente existem dois valores para a opção, Auto, ou Manual. O defaut é Auto, mas alterando a opção para Manual, é possível escolher vários valores em hexa, de 00h a FFh. Mas para que diabos serve essa opção? Lendo o manual de qualquer uma das placas você encontrará apenas uma vaga descrição, sugerindo manter o valor "Auto", eu sempre recomendo a leitura dos manuais, mas neste caso eles não ajudam muito...
Em primeiro lugar, esta opção é encontrada apenas em placas mãe com chipsets Via. Ela determina a potência do sinal AGP usado para estabelecer comunicação entre a placa de vídeo e o processador. A potência do sinal tem uma relação direta com o tempo de acesso do barramento, por isso tem influência sobre a performance da placa de vídeo 3D.

Na opção "Auto" é usado uma espécie de denominador comum, visando manter compatibilidade com o maior número possível de placas, porém sacrificando parte da performance. O uso do valor Auto é uma dos motivos do desempenho AGP inferior mostrado pelos chipsets Via em geral em comparação com chipsets Intel.
No caso dos Intel esta opção não aparece no Setup, pois o valor Auto é fixo, inalterável. O motivo é que os chipsets Intel tem uma detecção automática do valor muito mais precisa, o que permite a eles configurar automaticamente o melhor valor para a placa que estiver sendo usada. Como os chipsets Via não possuem uma auto detecção tão apurada, é dada no Setup a opção de estabelecer manualmente o valor desejado. Cada placa de vídeo tem sua configuração ideal neste caso.
Não existe nenhum cálculo para descobrir o melhor valor AGP Driving Control para cada placa de vídeo, infelizmente dependemos dos fabricantes para descobrir o valor ideal. O problema é que muitas vezes os fabricantes disponibilizam esta informação apenas para integradores, e não para o consumidor final, novamente sugerindo o valor "Auto"... Tanto sigilo pode ser justificado pelo fato de que configurando o valor incorretamente o desempenho da placa 3D pode ficar comprometido. Em alguns casos é possível que o PC simplesmente deixe de dar boot.
A Asus por exemplo, recomenda o valor B9h para a Asus GeForce 6600 Pure, a Tyan recomenda o valor A8h para qualquer placa mãe Tyan + uma placa GeForce 256, e assim por diante. Garimpando, é possível encontrar informações tanto nos sites dos fabricantes de placas mãe, quanto nos sites dos fabricantes de placas. Só não procure no site da Via, pois é perda de tempo. Misteriosamente, eles, que seriam os maiores interessados em esclarecer sobre a utilidade da opção simplesmente mantém sigilo absoluto sobre ela.
Como disse, a configuração ideal desta opção varia de acordo com a placa mãe e placa 3D que estiverem sendo usadas, mudando de acordo com a combinação. É uma espécie de ajuste fino que permite obter um pequeno ganho de performance.